Entrevista Aléxia: Cantora fala sobre seu começo na música, a cena do rock nacional e seus planos para o futuro

Aléxia é uma cantora de pop rock que integra a cena do interior de São Paulo, algo que ela faz com muito dedicação e orgulho. 

Depois de passar pela banda Cherry Bomb, Aléxia decide usar seu próprio nome a frente desse projeto.

Com uma mistura do pop internacional que vem de artistas como Lady Gaga, Britney Spears, Madonna e Katy Perry, com o rock de Evanescence, Linkin Park, The Cranberries e Pitty, Aléxia cria seu próprio estilo musical que fala sobre o seu cotidiano e seus sentimentos. 

Para falar sobre sua carreira, seus planos para o futuro e o lançamento do seu mais recente single, “Monstro”, nossa jornalista Tamira Ferreira conversou com a vocalista e você acompanha tudo abaixo: 

Eu gostaria de perguntar sobre o seu início na música, de onde veio a ideia de começar a cantar e como foi o seu trajeto até aqui? 

Aléxia: Desde criança eu sempre estive envolvida com arte, mas acho que cantar mesmo só me surgiu essa vontade quando eu ouvi Lady Gaga em 2009, tinha uns 13 anos, então foi bem na adolescência.

Eu comecei a fazer aula de canto, aprendi a tocar teclado, comecei a gravar vídeos com covers para a internet e me apresentei pela primeira vez para os meus pais porque eles não sabiam que eu sabia cantar. 

Profissionalmente, eu comecei em 2019, na frente de uma banda de rock de Sorocaba. Em 2021 começou esse projeto que estou hoje, que também era uma banda, se chamava Cherry Bomb, mas depois virou Aléxia. 

E como veio essa vontade de usar o seu nome e não um de banda?

Aléxia: O nome da outra banda era em inglês e eu queria escrever músicas em português,  achava que isso estava em conflito, e muita gente não conseguia escrever o nome da banda. 

Aí eu pensei que a gente poderia usar meu nome mesmo, a gente achou que fosse melhor usar a figura de uma artista solo do que uma banda. 

Então, já que meu nome parece artístico, ficou assim mesmo. 

Eu vi que seu show tem uma grande variedade de músicas que vai do pop ao rock, eu imagino que essas músicas te influenciem também na hora de compor. Como você escolhe o que colocar no setlist? 

Aléxia: Eu gosto muito de colocar artistas que eu gosto de fato e me influenciam de alguma forma, não apenas sonoramente, mas que eu admiro de alguma forma e que faça sentido com todo o setlist e com as autorais. 

Não adianta eu querer tocar um Iron Maiden, que eu gosto, mas tem zero sentido com o tipo de música que eu faço. 

E conversa muito com o público. O setlist é mais misturado mesmo com o pop e com todas essas artistas que são minhas influências: Paramore, Pitty, Nx Zero, Evanescence, Linkin Park…

Queria saber também sobre o seu processo de composição, o que te inspira na hora de escrever suas músicas. 

Aléxia: Escrevo muito sobre as minhas vivências e as ideias vêm do nada. Por exemplo, estou esquentando o almoço e me vem uma ideia de melodia, eu já escrevo alguma coisa, mas é sempre relacionado a algo que eu já vivi. 

É muito sobre superação, saúde mental, coisas que realmente fazem parte do meu dia a dia e eu vejo que o meu público também se identifica, que também passa por isso. 

Eu vejo que sua carreira acaba sendo muito mais do que a música, ela transmite uma mensagem para jovens garotas. O quão importante isso é para você sendo uma voz para a nova geração? 

Aléxia: Para mim sempre foi um sonho ser uma inspiração para outras mulheres, como eu fui inspirada por uma mulher, a Lady Gaga. 

Poder ir ao show e ver meninas de várias idades curtindo, querendo se vestir igual, querendo pintar o cabelo, eu acho isso muito legal porque elas querem se expressar dessa forma. Usando as roupas, as maquiagens, elas também querem ser artistas, umas querem cantar, outras dançar e elas me contam essas histórias.

Eu fico muito feliz de ser inspiração! De elas olharem para mim e acreditarem que é possível realizar um sonho e viver dele. 

É possível viver de música, da arte, não é fácil, mas é possível.

É perceptível a dedicação dos fãs em relação a você e a banda. Como é esse contato com os fãs?

Aléxia: É muito especial! Já virou meio que uma família porque eu montei um grupo no whatsapp com a grande maioria desses fãs. 

A gente foi criando um laço mais forte a partir desse momento. Hoje em dias eles todos são amigos. Tem de várias cidades, então eles se organizam quando tem show, de ver lugar para dormir, dar carona, eles viraram muito amigos. 

Eles se dedicam! Muitos não conseguem viajar, mas eles estão sempre presentes nas redes sociais, nos grupos, me ajudam a divulgar as músicas, fazem card para distribuir para o público nos shows, eles fazem tudo que podem e é muito legal.

Você é do interior de São Paulo, como é para você construir uma carreira dentro dessa cena? 

Aléxia: Eu vejo hoje um retorno muito grande das bandas que fizeram sucesso nos anos 2000, está todo mundo voltando, mas as bandas novas também estão fazendo um som que remetem à essa época. 

Para a galera que já curtia essas bandas está começando a curtir as bandas novas, então parece que a cena está voltando com tudo. 

Ainda é um pouco difícil para quem é do interior, até a gente chegar em São Paulo e aparecer realmente para todo mundo da cena demorou um pouco, mas a gente conseguiu. Hoje a maioria dos artistas do nosso meio nos conhecem, a gente já teve oportunidade de tocar, de conversar. 

Mas é meio complicado! E a gente vê que as bandas muito grandes nem sempre dão espaço que as bandas que estão no underground precisam. Alguns artistas dão, outros não. 

A cena está super movimentada, está rolando muita coisa legal e eu vejo muitas meninas. 

Maioria dos bares preferem quem só faz cover, para vender, para ter o público. Existem alguns concursos de bandas autorias e é legal porque as pessoas vão, mas não são muitas. 

Você acabou de lançar um single, Monstro, me conta um pouco como foi o processo de produção dessa música.

Aléxia: Eu a escrevi em inglês, tinha colocado algumas referências de Lady Gaga, por ser falar de “monster”, mas quis traduzir para o português e que ela ainda trouxesse da referência da Gaga. 

A gente trouxe isso na parte da produção musical. Quem fez os teclados e os sintetizadores foi Camada que é um cara que trabalho com um pessoal como o Di Ferreiro.  

Eu mandei para ele umas músicas da Lady Gaga e pedi para ele se inspirar nelas e ver o que dava. Ele colocou bastante desse dark pop e a gente misturou com a guitarra que é bem rock anos 2000. 

Acabou virando a Monstro e ela fala muito sobre a gente colocar a nossa versão na história em que alguém é o monstro, e a gente é o mostro da versão da outra pessoa.

Você tem uma forte presença visual, seja no seu cabelo, suas roupas, acessórios e até mesmo nos videoclipes. Como você acha que isso influencia na sua imagem de artista e cantora?

Aléxia: Principalmente hoje em dia nas redes sociais é uma das coisas que mais atraem o público, até mais que o próprio som, é a sua imagem. 

Eu acho que o jeito que eu me visto, a cor do cabelo, chama atenção, principalmente dessas meninas, porque elas me olham como um espelho. 

Muita gente se atrai pela imagem primeiro, depois vai ouvir o som. E nos lugares que eu vou tocar é a mesma coisa. Se eles não me conhecem, eles olham para mim e já percebem que eu sou a cantora do evento.

Eu acho isso interessante, acho que é importante a gente ter essa postura de artista, independentemente de onde a gente vai tocar, se é para cinco pessoas ou cinco mil. Eu gosto e me preocupo com isso.

E rola uma conexão com a música?

Aléxia: Sim, é uma forma de expressão mesmo, eu gosto bastante de misturar o visual com o som. Dos clipes, por exemplo, eu que crio as ideias. 

Quais são seus projetos para o futuro, tem mais lançamentos a vir?

Aléxia: Para esse ano ainda, a gente está para lançar o remix da Monstro com um DJ que a galera curte bastante. 

A gente pretende lançar algumas releituras que é algo que a gente gosta de fazer. Eu quero, sei lá, transformar Rita Lee em um rock anos 2000. 

E estamos para gravar nosso primeiro álbum, acho que para o primeiro semestre de 2026 a gente já consegue lançar. 

Ainda esse ano vamos entrar em estúdio, gravar, finalizar, já temos algumas músicas prontas, mas ainda precisamos produzir mais. 

Temos mais novidades, ainda não posso falar, mas ainda esse ano vamos tocar com uma banda bem legal, bem grande. Vai ser massa!

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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