Entrevista: Juho Räihä – Swallow The Sun

Uma das bandas mais importantes do cenário de doom metal/metal progressivo, a banda finlandesa Swallow The Sun se prepara para embarcar no Brasil e na América Latina depois de muitos anos de espera, numa turnê que promove o último lançamento da banda, o aclamado álbum “Moonflowers”, que chegou até a ser indicado a Melhor Álbum do Ano no Grammy Finlandês.

Em uma entrevista descontraída para o Confere Só, o guitarrista Juho Räihä nos contou mais detalhes sobre o álbum, o Grammy, e sobre as expectativas da turnê sul-americana!

-Vocês estão para começar a sua primeira turnê pela américa do sul, e irão passar aqui pelo Brasil. Quais as expectativas pra essa turnê e porque a demora para vir tocar por aqui? Acho que a logística não é muito fácil né..

Juho: Sim, é muito, muito longe (risos), acho que esse é o principal motivo. Estamos muito ansiosos com a turnê, na última vez que a banda tocou aí eu ainda não estava na banda, mas os outros caras falaram que o público é insano e que tudo foi muito legal, então eu estou bem ansioso para ver a audiência brasileira pela primeira vez, e a audiência da América Latina também. Eu estou muito animado pra isso, e os outros caras da banda estão também animados para essa turnê mais longa, serão duas semanas e vários shows legais.

-Nesta turnê vocês estão promovendo o último álbum que a banda lançou, “Moonflowers”. Já existe algum plano para um próximo álbum ou o foco no momento é continuar com turnês para divulgar o “Moonflowers”?

Juho: Os nossos álbuns sempre saem naturalmente, simplesmente se criam sozinhos, nós não costumamos fazer grandes planos para os novos álbuns. Ainda temos alguns lugares para ir com o “Moonflowers”, toda essa coisa com o covid atrasou os nossos planos, mas estamos indo para a América Latina e também faremos pelo menos uma turnê pela Europa e uma pelos Estados Unidos, e depois disso talvez a gente consiga começar a falar sobre um próximo álbum.

-E para vocês quais as diferenças de “Moonflowers” para o último álbum “When A Shadow Is Forced Into The Light”? Falando liricamente, das técnicas que foram usadas ou sobre as influências…

Juho: Bom, pra mim, eu vejo a diferença para com os dois últimos álbuns. Antes eu via os álbuns como se fossem irmãos, mas agora eu sinto o “Moonflowers” como se ele fosse o inverso dos anteriores, de certa forma. Eles foram gravados no mesmo estúdio, mas eu sinto que nesse álbum as coisas estão mais fáceis, mais diretas ao ponto, está mais puro, pelo menos pra mim. Estou muito satisfeito com esse álbum!

-E como foi a pandemia para vocês? Atrapalhou muito os planos da banda ou de certa forma ajudou na produção do último álbum?

Juho: Acho que na verdade, nós tivemos muita sorte com essa situação toda. Nós tínhamos acabado de fazer a turnê do nosso penúltimo álbum quando a pandemia estourou. Nós filmamos o nosso primeiro DVD ao vivo, que foi o último show que pudemos tocar antes de tudo ser fechado, e eu comecei com o processo de mixagem do álbum ao vivo também, durante os primeiros meses da pandemia. Depois disso, nós começamos a trabalhar no “Moonflowers”, então estivemos ocupados durante todo o período do covid. E quando as coisas começaram a melhorar e abriram de novo, começamos a fazer shows novamente. Fomos muito sortudos, nem todas as bandas tiveram essa sorte. Muitas bandas lançaram um novo álbum logo antes da pandemia começar, e esse foi um cenário muito ruim pra ela, porque não puderam fazer nada com aquele álbum. Fomos sortudos porque era uma situação muito ruim, mas nós não sofremos muito!

-A banda tem mais de 20 anos de história. Qual o legado que vocês gostariam de deixar no mundo?

Juho: Acho que pra mim, o principal ponto com o Swallow The Sun é que somos o tipo de banda que faz o tipo de som que realmente quer fazer, as músicas saem de nós naturalmente. Acho que essa é a coisa mais importante, nós não estamos seguindo trends e nem fazendo álbuns comerciais para vender muito. Estamos apenas nos expressando e esperando que os outros também se encontrem na nossa arte, acho que essa é a principal coisa que penso sobre o Swallow The Sun!

-Vocês foram indicados pela segunda vez ao Grammy finlandês, desta vez com o “Moonflowers”. Como vocês estão se sentindo com isso e o que este novo álbum significa pra vocês?

Juho: Nossa, é uma mistura de sentimentos, na verdade, quando se trata desses prêmios e coisas do tipo. Nós não estamos fazendo nada para ganhar prêmio ou coisa nenhuma do tipo, e eu basicamente não me importo com essas coisas, mas por outro lado é legal saber que as pessoas estão notando o nosso trabalho. Em alguns dias isso é bem legal, mas tem outros dias que eu fico tipo “mas o que que tá acontecendo?” (risos). Música é a coisa mais importante pra nós, e isso também é bom para a publicidade, porque dessa forma mais pessoas irão ouvir o álbum…e isso é bom!

-Quais os próximos planos do Swallow the Sun?

Juho: Bem, depois da turnê na América Latina, nós iremos tirar uma semana de férias e depois nos reuniremos na Europa, temos uns 5 ou 6 shows por lá, temos vários festivais depois disso também, durante o verão. Estamos conversando sobre mais algumas turnês para esse ano, ainda não está nada agendado, mas a ideia é continuar com turnês por este ano!

-Vai ser um ano beeem corrido pra vocês (risos)…

Juho: Vai, esperamos que sim (risos).

-Estamos finalizando a entrevista, gostaria de mandar um recado para os fãs brasileiros?

Juho: Sim, eu nunca fui para o Brasil, mas os outros caras falam o tempo todo sobre como é legal por aí, estou muito ansioso e não irei desapontá-los. Estou ansioso pelos fãs doidos e pelos shows fodas (risos).

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