Entrevista: Rhossi fala sobre retorno do Pavilhão 9, 30 anos de banda, o começo e o futuro e porquê da icônica máscara

Agora solo, Rhossi, do Pavilhão 9, diz que máscara era 'proteção' e condena  violência – Vírgula

O Pavilhão 9 é uma das bandas de maior expressividade dentro da cena rock nacional. Misturando estilos e criando um som peculiar e diferente de bandas da época, e escrevendo sobre temas políticos em suas letras. A banda está a todo vapor atualmente, e agora contando novamente com o vocalista Doze em sua formação.

Falamos com o vocalista Rhossi, e na conversa, ele falou sobre o início da banda, o futuro e o uso da icônica mascara nos shows. Confere Só.

Confere Só: O Pavilhão 9 ficou um período em um hiato.  O que motivou a volta e por que naquele momento?

R: Rhossi – Sim, ficamos num hiato de 10 anos e eu decidi retomar a carreira em 2017 com o álbum “Antes Durante Depois”. Nas redes sociais da banda, os fãs pediram muito o retorno e eu tive que reorganizar os álbuns para voltar para as plataformas. De lá para cá, fizemos algumas apresentações, como no Rock in Rio (2019), Sesc Pompeia até sermos pegos pela pandemia. Mas, mesmo no meio da pandemia, lançamos em parceria com o BaianaSystem a música “Lockdown”. O que motiva a banda a continuar são os fãs e a nova geração que está acessando cada vez mais a banda.

CS: Recentemente, Doze anunciou seu retorno a banda. Qual foi o processo desse retorno?

R: Rhossi – O Doze ficou afastado da banda por 3 anos para cuidar de seus projetos pessoais e nós respeitamos a decisão dele. O processo de retorno foi natural, a banda já estava em estúdio e tudo ocorreu de forma sincronizada. Acredito que, se é para acontecer, acontece. 

CS: Vocês atravessaram décadas do Brasil, vendo contextos do país e cantando sobre muito deles e muitas de suas letras, parecem terem sido feitas hoje. Como é enxergar o país nessa espécie de estagnação?

R: Rhossi – Sim, infelizmente. Os problemas continuam, a desigualdade vem aumentando e em muitas questões permanecemos estagnados. Os discos da banda refletem cada momento do Brasil em especifico. As letras de 30 anos atrás conversam com os dias e tempos atuais.

CS: Vivemos um momento de exacerbação política no Brasil. Falar desses temas e cantar muitas de suas letras é mais difícil hoje?

R: Rhossi – Acho necessário falar de política. Participamos dessa sociedade e não podemos deixar a política de lado. A política faz parte das nossas vidas. Ter opinião, cobrar e participar é importante. Os temas das letras partem de uma manchete de jornal ou de uma notícia do dia. As fontes de informações para as letras são vivas e estão ao nosso redor a todo momento.

CS: Vocês tem shows marcados com o Korzus e o Matanza. Como está sendo tocar com essas bandas de gênero diferentes, para um público variado?

R: Rhossi – Dia 17/09, fizemos um show com Matanza Ritual no Espaço Leste – Zona Leste de São Paulo. Eu já conhecida o Jimmy (Matanza) desde a época da MTV Brasil. O Pavilhão, sempre tocou com muitas bandas de gêneros diferente e vejo isso como um fato positivo pois levamos o som para quem ainda não conhece e no final a galera está assimilando.

CS: O Pavilhão 9 é uma banda que trouxe um som diferente da grande maioria de outras que apareceram aqui no Brasil na mesma época, soando algo como o encontro do Rage Against the Machine e o Limp Bizkit, o movimento new metal serviu de base para o que vocês criaram?

R: Rhossi – Sim, banda como Body Colt, Public Enemy, Rage Against the Machine, Beastie Boys, sempre foram banda de referencia para nós. Eu diria que mais o rap e o rock. O new metal veio depois do nosso álbum “Cadeia Nacional” da música “Mandando Bronca” com feat. Do Max e Iggor Cavalera.

CS: Rhossi foi por muito tempo conhecido pelo “homem da máscara do Jason”. Qual é o significado da máscara e por que exatamente este modelo?

R: Rhossi – No início da carreira usamos como forma de proteção porque sofremos censura. A máscara tem um significado amplo; significa o rosto das pessoas que são oprimidas, pessoas que não podem se expressar é o símbolo da banda. A máscara faz parte dessa história e virou a protagonista das nossas apresentações e shows.

CS: Como shows acontecendo e o retorno de Doze, o Pavilhão 9 já tem planos para um novo disco?

R: Rhossi – Iniciamos as comemorações de 30 anos de carreira com o anúncio do single e videoclipe – Lados Opostos. Essa música já parte do novo repertório de 30 anos, fizemos os dois shows iniciais da Tour 30 anos e pretendemos rodar o Brasil com essa turnê com o retorno do meu aliado Doze. Iremos dar continuidade aos nossos lançamentos em formas de single até o final desse ano. Pretendemos em 2023, lançar o restante do álbum completo. Fiquem ligados para muitos lançamentos! 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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