Entrevista Roy Khan: Cantor fala sobre projetos futuros e o significado de The Black Halo na sua carreira
Texto: Tamira Ferreira
Foto: Thammy Sartori
Roy Khan teve sua carreira consolidada no Kamelot durante os anos de 1997 a 2011, saindo devido um burnout. O artista passou um tempo longe do mundo da música, voltando em 2018 com sua antiga banda, o Conception.
Em 2025, Roy anunciou que está focando em sua carreira solo, mas antes irá fazer shows celebrando os 20 anos do álbum “The Black Halo“, um dos mais famosos do Kamelot. A primeira passagem será pelo Brasil no dia 5 de julho como participação especial no show do Edu Falaschi em São Paulo.
Nossa colaboradora Tamira Ferreira conversou por texto com Roy e você confere como foi abaixo:
Confere Rock: Olá, Roy, tudo bem? Meu nome é Tamira Ferreira, sou do site Confere Rock e gostaria de te agradecer por conceder essa entrevista.
Gostaria de começar perguntando sobre como surgiu essa ideia de fazer os shows de comemoração do The Black Halo. E por que você acabou escolhendo o Brasil para viver esse momento tão significativo?
Roy Khan: Oi, Tamira, estou ótimo, obrigado por perguntar! O The Black Halo foi lançado em 2005, o que significa que é seu aniversário de 20 anos. Eu achei que devido a sua importância, tanto para a banda, quanto para mim, deveria haver uma celebração adequada.
Ano passado, me uni ao Edu Falaschi em um show em São Paulo e foi uma grande experiência. A gente começou a falar sobre a possibilidade de eu voltar para um show de celebração do The Black Halo. É por isso que vou voltar. Será com uma orquestra sinfônica, então eu acho que vai ser uma grande experiência para mim e todos que vão.
CR: The Black Halo é um dos álbuns mais famosos do Kamelot e ele vem de uma continuação do álbum conceitual Epica, como foi na época criar esse álbum. Como você se sentiu com a história de Ariel e como foi ter que interpretar um personagem tão profundo e complexo?
Roy: Quando estávamos preste a gravar o The Black Halo, a banda estava muito animada, a gente tinha acabado de assinar com uma nova gravadora, tínhamos bons orçamentos e todo mundo estava muito feliz. O personagem Ariel é um dos que foram narrados no álbum, mas seus problemas eram de alguma forma relacionados a algumas coisas da minha vida. E, no geral, era algo universal. Isso deixou mais fácil de interpretá-lo de uma forma que seria acessível às outras pessoas.
CR: Ariel é um personagem que sofreu uma grande decepção com a vida, o que acabou o fazendo abandonar sua fé e entregar sua alma a Mephisto. Hoje você é cristão, você acha que há uma outra interpretação para você na hora de cantar essas canções?
Roy: Primeiramente eu gostaria de dizer que Ariel não sou eu, é um personagem fictício e há alguns elementos que são relacionados à minha vida. Ser cristão não afeta realmente como eu interpreto as canções, elas são interpretadas com a ideia de passar o que tínhamos em mente quando a gente criou essas histórias. Então isso realmente não me afeta.
CR: E como está o sentimento de cantar músicas do Kamelot novamente? Você chegou a pensar nessa possibilidade anteriormente? Por exemplo, colocar músicas da banda no seu projeto solo?
Roy: Estou muito animado em cantar canções do Kamelot novamente. Quero dizer, essa banda e esse período da minha vida é muito significante na minha carreira. Já havia pensado na possibilidade de fazer isso, mas agora é hora. Há um tempo e lugar para tudo. Com o aniversário de 20 anos é, definitivamente, uma boa chance de trazer essas canções de volta a vida.
CR:Tem algum álbum ou música do Kamelot que você se identifica muito, que tem um grande significado para você? Alguma que não está nesse álbum, mas você gostaria de cantar de novo?
Roy: Muitas músicas eu que cantei são relacionadas a minha própria vida ou coisas que eu vi e experienciei. Se eu tivesse que escolher um álbum que resume tudo, é o The Black Halo. Com certeza tem outras canções que eu gostaria de cantar e tenho certeza de que isso acontecerá também. Quando? Vamos ver
CR: Você está lançando seu projeto solo, o que a gente pode esperar para o futuro? Talvez um álbum novo, novas músicas e uma turnê?
Roy: Sim, tudo isso sobre mim cantando músicas do Kamelot é, de alguma forma, parte do meu projeto solo. Eu amo essas músicas, eu amo esse período da minha vida, falando artisticamente. Isso é o começo de tudo! Para o futuro, tenho certeza de que terá um álbum, turnês e tudo mais. Fiquem atentos!
CR: Nas redes sociais está que será uma seleção de músicas do The Black Halo, então não será todo o álbum. Como foi escolher quais canções foram para esse setlist? Você irá incluir alguma música que não é tocada ao vivo há anos como Abandoned, This Pain, Moonlight, Nothing Ever Dies ou Serenade?
Roy: No dia 5 de julho, eu irei como convidado especial do Edu, também terá 3 outras bandas tocando antes de mim, então eu tive que fazer uma seleção que caberia no tempo que me deram. Porém, sim, eu irei incluir algumas das canções que você mencionou, eu espero que todos gostem. Estou muito animado com isso.
CR: Shagrath do Dimmu Borgir gravou algumas músicas no The Black Halo, como March Of Mephisto. De onde veio a ideia de convidá-lo para o álbum e como foi gravar com ele na época.
Roy: Em 2005, black metal estava estourado mundialmente, o centro de tudo era a Noruega e eu acho que Dimmu Borgir era, provavelmente, a maior e mais famosa banda da época. Se não era, estava quase. Shagrath, coincidentemente, morava perto de mim, então achei que poderia ligar para ele. Eu acabei me encontrando com ele em um ensaio do Dimmu Borgir e apresentei a ideia de ele fazer as partes guturais como Mephisto, o que acabou sendo uma grande ideia. Há muitas coisas que acabaram fazendo aquele álbum especial e os convidados com certeza foi uma delas.
Todas as informações sobre o show no Brasil estão aqui. (coloca esse link: https://confererock.com.br/edu-falaschi-em-sao-paulo-roy-khan-fara-show-solo-especial-com-orquestra-celebrando-20-anos-de-the-black-halo-do-kamelot/)
SERVIÇO:
Edu Falaschi + Roy Khan & Maestrick + Noturnall + Auro Control
Dia: 05/07/2025 (sábado)
Abertura dos portões: 20h
Local: Tokio Marine Hall – R. Bragança Paulista, 1281 – Várzea de Baixo, São Paulo/SP, 04727-002
Ingressos: https://www.ticketmaster.com.br/event/edu-falaschi-tokio-marine-hall
Muito bom, legal a entrevista. O Cara canta muito ainda, esperando esses futuros projetos. Abraços.