Entrevista: Samuli Mikkonen do Korpiklaani fala sobre novo disco, Brasil, Shaman e muito mais

Conversamos com Samuli Mikkonen, baterista do Korpiklaani, que falou sobre o novo disco da banda, “Rankarumpu”, Brasil, Shaman e muito mais. Confira abaixo.

FOTO: André Tedim

Confere Rock: Olá, Marcio Machado aqui, e obrigado pela entrevista.

-Olá! Aqui é Samuli Mikkonen. Obrigado por ter-nos!

CR: Vamos começar falando sobre o último single lançado, “Oraakkelit”. É uma faixa diferente dos dois singles anteriores, com uma atmosfera mais densa e sombria. Conte-nos sobre a inspiração por trás do tema e o tom mais pesado dessa faixa.

-Normalmente a música sai de nós com muita naturalidade. Não planejamos fazer certos tipos de músicas. A mágica é que tudo o que fazemos acaba soando como Korpiklaani no final do dia. A coisa com Oraakkelit era a mesma. Simplesmente surgiu um clima sombrio e então começamos a explorar com a sensação de embaralhamento. Em breve a música é sobre os Deuses fazendo um banquete conosco depois que entramos no outro lado. Teremos a música em nosso setlist e vai arrasar!

CR: Sobre o novo álbum, “Rankarumpu”, o que significa o título e qual o conceito por trás dele?

-Rankarumpu é um tambor velho e esfarrapado cheio de magia. Representa a banda de uma certa maneira. Uma banda velha e esfarrapada, mas quando começamos a tocar a mágica acontece! Rankarumpu não é um álbum temático. Ainda existem alguns tópicos principais que abordamos nos álbuns anteriores. Queríamos fazer com que o Rankarumpu fosse divertido de tocar ao vivo. Acho que é por isso que as músicas são mais rápidas.

CR: É normal que Korpiklaani se inspire no vasto folclore local para contar suas histórias em canções! Nós aqui no Brasil também temos um folclore povoado por diversas criaturas assustadoras e grandes contos!
Você sabe alguma coisa sobre nosso folclore?

-Tive a sorte de visitar o seu lindo país pela primeira vez no final de 2023. Me apaixonei muito pela sua natureza e pelas pessoas. Ainda não tive oportunidade de conhecer muito do seu folclore mas vou estudar.

CR: Falando em Brasil, você esteve aqui ano passado, como foi a experiência do Korpiklaani aqui?

-Como eu disse, a viagem foi incrível. Há muitos anos que sonhei em vir para o Brasil e agora era a hora. Korpiklaani já esteve lá diversas vezes e pelo que ouvi o Brasil sempre foi muito bom conosco. Eu nunca esquecerei. O público estava muito barulhento e as pessoas eram tão legais e amigáveis. Quero voltar o mais rápido possível!

CR: Você escolhe principalmente gravar músicas em finlandês so invés de inglês, o que é mais comum. Mesmo assim, Korpiklaani ainda alcança fãs de várias partes do mundo! A que você atribui esse amplo alcance?

-Isso é verdade. A maioria das músicas que fizemos estão em finlandês. Acho que essa é a linguagem que se encaixa perfeitamente na nossa música. É uma sensação boa para nós e acho que muitos fãs concordarão.

CR: Vocês são a maior banda de folk metal do mundo, inspirando e ainda inspirando muitas outras bandas a seguirem seus passos musicais! Atualmente, quais bandas desse gênero você recomendaria e acha que poderiam continuar sua tocha?

-Obrigado! Korpiklaani fez um enorme trabalho pioneiro nesta música e reunimos muitas pessoas com a mesma opinião. Tenho muito orgulho de fazer parte da herança do folk metal. Há tantas bandas incríveis surgindo, então não posso citar apenas algumas!

CR: Falando em “passar a tocha”, com a onda de diversas bandas anunciando turnês de despedida e encerrando suas atividades, você vê isso em um futuro próximo para o Korpiklaani ou ainda há muitas histórias para serem contadas?

– Atingimos agora a boa idade de um jovem adulto de 21 anos, por isso penso que ainda temos muitos anos bons pela frente. Estamos lançando nosso melhor álbum, então por que parar agora?!

CR: A próxima pergunta já deve ter sido feita para você em outras entrevistas com a imprensa brasileira, mas vamos tentar mesmo assim! Por um período, Korpiklaani usou o nome Shaman, e aqui no Brasil tivemos uma banda muito importante para nossa cena que também tratava de certo misticismo e com o mesmo nome. Você sabe alguma coisa sobre essa banda?

-Já ouvi falar da banda, mas nunca ouvi a música deles. Eu não estava na banda naquela época, mas ouvi dizer que foi por isso que mudamos o nome para Korpiklaani.

CR: Nos grandes festivais você divide o palco com bandas de vários estilos de metal e, ainda assim, sua música, com uma vibe bem diferente de algo como death e thrash metal, conquista o público. Como você define essa força na sua música e o que ela proporciona nas pessoas?

-Acho que nossa música se encaixa em vários tipos de festivais e conceitos musicais. Temos tocado em lugares muito diferentes, entre gêneros musicais muito diferentes e nunca senti que não pertencíamos a este lugar. Nossa música alegre, pesada e melódica movimenta a galera onde quer que estejamos!

CR: Deixe uma mensagem para os fãs brasileiros do Korpiklaani.

-Korpiklaani ama o Brasil e voltaremos para lá o mais rápido possível. Enquanto isso, confira o novo álbum “Rankarumpu”. É o melhor álbum que fizemos!

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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