Exodus: 11 anos de “Blood in, Blood Out”
Há onze anos, em 14 de outubro de 2014, o Exodus lançava “Blood in, Blood Out“, o décimo primeiro álbum dos mestres do Thrash Metal e tema do nosso bate-papo desta terça-feira.
O álbum marca o retorno do vocalista Steve “Zetro” Souza. Era a terceira passagem dele pelo Exodus, onde ele ficou até este ano. Desta vez, ele assumiu o lugar deixado por Rob Dukes e voltou a gravar com a banda após dez anos, desde “Tempo of the Damned“.
Este foi também o único álbum a ser gravado enquanto Gary Holt se dividia entre o Exodus e o Slayer. Ele havia substituído o saudoso Jeff Hanneman em 2011 e ficou por lá até 2019, quando oficialmente a banda se separou. E desde o ano passado, tem realizado algumas apresentações esporádicas.
Em outubro de 2013, Gary Holt respondeu ao The New York Times que o Slayer iria fazer uma pausa nos shows e que ele aproveitaria esse período para terminar de escrever e gravar o que viria a ser o nosso aniversariante. Em outra entrevista, o baterista Tom Hunting explicou como estava o processo de composição, ao mesmo tempo que dava a entender que Rob Dukes não iria continuar. Aspas para ele:
“É um processo bem old-school, na verdade. Gary coloca alguns riffs em um CD, ou até mesmo uma fita cassete, dependendo do veículo que estou dirigindo. Ele me passa o riff, e então eu coloco uma batida nele, e nós trabalhamos em tudo, e então nos juntamos como uma banda e fazemos os arranjos. Rob realmente não está na sala para o processo musical. Provavelmente faremos mais um pouco de pré-produção para este, porque nosso baixista agora sabe sobre Pro Tools e é realmente experiente em computadores. Nenhum de nós é, na verdade. É um processo divertido. Eu amo o processo de gravação; é minha coisa favorita. É como construção; você está pegando madeira bruta e construindo algo. Gary gosta de dizer que ele faz moonshine e Lee faz vinho fino, porque Lee disseca suas próprias partes e as reconstrói aqui, muda algo ali, adiciona um overdub ali, ou tanto faz…Mas é um processo divertido; eu adoro isso. Você está construindo algo, e é seu.”
Rob Dukes foi pego de surpresa pela demissão e com o retorno de Steve “Zetro” Souza ao Exodus. Anos depois ele falou que na hora ficou chateado e que acabou levando para o lado pessoal, mas depois que eles conversaram, resolveram as diferenças e hoje ele está de volta ao posto de vocalista. Rob chegou a gravar alguns vocais, que na época, caíram na internet e viralizaram.
O produtor Andy Sneap não pôde se juntar ao grupo para produzir mais um álbum com o Exodus, pois estava com a agenda lotada, então a própria banda se encarregou da produção e Tom Hunting foi o responsável pela gravação e engenharia de som. Dois estúdios foram utilizados: Goats ‘R Us Ranch & Studios e o Studio D, ambos na Califórnia. O play foi gravado entre março e julho de 2014.
O álbum conta com duas participações pra lá de especiais: o vocalista do Testament, Chuck Billy e o ex-guutarriata do próprio Exodus, Kirk Hammet. Chuck cantou em “BTK“, enquanto que Kirk fez seu revival em “Salt the Wound“. Este ano, Steve “Zetro” Souza retribuiu a ajuda de Chuck, quando ajudou a compor uma das canções do novo álbum do Testament, “Witch Hunt“.
Em “Blood in, Blood Out“, o Exodus nos brinda com um verdadeiro festival de músicas rápidas, pesadas e brutas, no mais poderoso Thrash Metal, moderno, mas sem esquecer da essência Old-School. São onze faixas em 62 minutos, com destaques para a faixa-título, “Wrapped in the Arms of Rage“, “Numb“, “Food for the Worms“, além das já citadas “BTK” e “Salt the Wound“.
A crítica recebeu o álbum de maneira majoritariamente positiva, enquanto que os fãs deram o play um pouco mais de atenção do que os outros dois álbuns anteriores, que certamente estão entre os menos queridos da discografia do Exodus. Nas paradas de sucesso, o play ficou em 29° na Alemanha, 30° na Finlândia e na Suiça, 38° na “Billboard 200” (melhor posição de um álbum da banda nos Estados Unidos) e na Austrália, 68° na Escócia, 71° no Reino Unido e 82° na Bélgica.
A banda saiu em turnê no próprio mês de outubro de 2014. O pontapé inicial foi aqui pela América do Sul. Noa meses de novembro e dezembro, eles foram aos Estados Unidos, onde tocaram com o Slayer e o Suicidal Tendencies. Entre fevereiro e março de 2015, a banda fez um giro pelo Japão e Austrália. Entre abril e maio, a banda abriu os shows do Testament pela Europa, depois seguiu pelo velho continente tocando nos festivais de verão. Entre outubro e dezembro, eles abriram shows de King Diamond pelos Estados Unidos. Era a primeira grande turnê com Steve “Zetro” Souza desde 2004.
Após a turnê, os integrantes da banda disseram que estavam preparando um novo álbum e que a previsão de lançamento seria para 2017, entretanto, por conta dos compromissos com o Slayer, Gary Holt ficou sem disponibilidade, e veio também a pandemia. O sucessor, “Persona non Grata“, foi lançado somente no ano de 2021.
Mas o Exodus segue em plena atividade. Inclusive, a banda passou recentemente pelo Brasil, em show que celebra os 40 anos do primeiro álbum, o clássico “Bounded by Blood“. Todas as músicas do álbum foram tocadas, não na mesma ordem do lançamento original. Infelizmente, nosso homenageado não vem sendo lembrado nesta atual turnê da banda, o que não significa que não devemos celebrar mais um aniversário deste álbum poderoso.
Blood in, Blood Out – Exodus
data de lançamento – 14/10/2014
Gravadora – Nuclear Blast
Faixas:
01 – Black 13
02 – Blood In, Blood Out
03 – Collateral Damage
04 – Salt the Wound
05 – Body Harvest
06 – BTK
07 – Wrapped in the Arms of Rage
08 – My Last Nervous
09 – Numb
10 – Honor Killings
11 – Food for the Worms
Formação:
Steve “Zetro” Souza – vocal
Gary Holt – guitarra
Lee Altus – guitarra
Jack Gibson – baixo
Tom Hunting – bateria
Participações especiais:
Chuck Billy – vocal em “BTK”
Kirk Hammet – solo de guitarra em “Salt the Wound”
Há onze anos, em 14 de outubro de 2014, o Exodus lançava “Blood in, Blood Out“, o décimo primeiro álbum dos mestres do Thrash Metal e tema do nosso bate-papo desta terça-feira.
O álbum marca o retorno do vocalista Steve “Zetro” Souza. Era a terceira passagem dele pelo Exodus, onde ele ficou até este ano. Desta vez, ele assumiu o lugar deixado por Rob Dukes e voltou a gravar com a banda após dez anos, desde “Tempo of the Damned“.
Este foi também o único álbum a ser gravado enquanto Gary Holt se dividia entre o Exodus e o Slayer. Ele havia substituído o saudoso Jeff Hanneman em 2011 e ficou por lá até 2019, quando oficialmente a banda se separou. E desde o ano passado, tem realizado algumas apresentações esporádicas.
Em outubro de 2013, Gary Holt respondeu ao The New York Times que o Slayer iria fazer uma pausa nos shows e que ele aproveitaria esse período para terminar de escrever e gravar o que viria a ser o nosso aniversariante. Em outra entrevista, o baterista Tom Hunting explicou como estava o processo de composição, ao mesmo tempo que dava a entender que Rob Dukes não iria continuar. Aspas para ele:
“É um processo bem old-school, na verdade. Gary coloca alguns riffs em um CD, ou até mesmo uma fita cassete, dependendo do veículo que estou dirigindo. Ele me passa o riff, e então eu coloco uma batida nele, e nós trabalhamos em tudo, e então nos juntamos como uma banda e fazemos os arranjos. Rob realmente não está na sala para o processo musical. Provavelmente faremos mais um pouco de pré-produção para este, porque nosso baixista agora sabe sobre Pro Tools e é realmente experiente em computadores. Nenhum de nós é, na verdade. É um processo divertido. Eu amo o processo de gravação; é minha coisa favorita. É como construção; você está pegando madeira bruta e construindo algo. Gary gosta de dizer que ele faz moonshine e Lee faz vinho fino, porque Lee disseca suas próprias partes e as reconstrói aqui, muda algo ali, adiciona um overdub ali, ou tanto faz…Mas é um processo divertido; eu adoro isso. Você está construindo algo, e é seu.”
Rob Dukes foi pego de surpresa pela demissão e com o retorno de Steve “Zetro” Souza ao Exodus. Anos depois ele falou que na hora ficou chateado e que acabou levando para o lado pessoal, mas depois que eles conversaram, resolveram as diferenças e hoje ele está de volta ao posto de vocalista. Rob chegou a gravar alguns vocais, que na época, caíram na internet e viralizaram.
O produtor Andy Sneap não pôde se juntar ao grupo para produzir mais um álbum com o Exodus, pois estava com a agenda lotada, então a própria banda se encarregou da produção e Tom Hunting foi o responsável pela gravação e engenharia de som. Dois estúdios foram utilizados: Goats ‘R Us Ranch & Studios e o Studio D, ambos na Califórnia. O play foi gravado entre março e julho de 2014.
O álbum conta com duas participações pra lá de especiais: o vocalista do Testament, Chuck Billy e o ex-guutarriata do próprio Exodus, Kirk Hammet. Chuck cantou em “BTK“, enquanto que Kirk fez seu revival em “Salt the Wound“. Este ano, Steve “Zetro” Souza retribuiu a ajuda de Chuck, quando ajudou a compor uma das canções do novo álbum do Testament, “Witch Hunt“.
Em “Blood in, Blood Out“, o Exodus nos brinda com um verdadeiro festival de músicas rápidas, pesadas e brutas, no mais poderoso Thrash Metal, moderno, mas sem esquecer da essência Old-School. São onze faixas em 62 minutos, com destaques para a faixa-título, “Wrapped in the Arms of Rage“, “Numb“, “Food for the Worms“, além das já citadas “BTK” e “Salt the Wound“.
A crítica recebeu o álbum de maneira majoritariamente positiva, enquanto que os fãs deram o play um pouco mais de atenção do que os outros dois álbuns anteriores, que certamente estão entre os menos queridos da discografia do Exodus. Nas paradas de sucesso, o play ficou em 29° na Alemanha, 30° na Finlândia e na Suiça, 38° na “Billboard 200” (melhor posição de um álbum da banda nos Estados Unidos) e na Austrália, 68° na Escócia, 71° no Reino Unido e 82° na Bélgica.
A banda saiu em turnê no próprio mês de outubro de 2014. O pontapé inicial foi aqui pela América do Sul. Noa meses de novembro e dezembro, eles foram aos Estados Unidos, onde tocaram com o Slayer e o Suicidal Tendencies. Entre fevereiro e março de 2015, a banda fez um giro pelo Japão e Austrália. Entre abril e maio, a banda abriu os shows do Testament pela Europa, depois seguiu pelo velho continente tocando nos festivais de verão. Entre outubro e dezembro, eles abriram shows de King Diamond pelos Estados Unidos. Era a primeira grande turnê com Steve “Zetro” Souza desde 2004.
Após a turnê, os integrantes da banda disseram que estavam preparando um novo álbum e que a previsão de lançamento seria para 2017, entretanto, por conta dos compromissos com o Slayer, Gary Holt ficou sem disponibilidade, e veio também a pandemia. O sucessor, “Persona non Grata“, foi lançado somente no ano de 2021.
Mas o Exodus segue em plena atividade. Inclusive, a banda passou recentemente pelo Brasil, em show que celebra os 40 anos do primeiro álbum, o clássico “Bounded by Blood“. Todas as músicas do álbum foram tocadas, não na mesma ordem do lançamento original. Infelizmente, nosso homenageado não vem sendo lembrado nesta atual turnê da banda, o que não significa que não devemos celebrar mais um aniversário deste álbum poderoso.
Blood in, Blood Out – Exodus
data de lançamento – 14/10/2014
Gravadora – Nuclear Blast
Faixas:
01 – Black 13
02 – Blood In, Blood Out
03 – Collateral Damage
04 – Salt the Wound
05 – Body Harvest
06 – BTK
07 – Wrapped in the Arms of Rage
08 – My Last Nervous
09 – Numb
10 – Honor Killings
11 – Food for the Worms
Formação:
Steve “Zetro” Souza – vocal
Gary Holt – guitarra
Lee Altus – guitarra
Jack Gibson – baixo
Tom Hunting – bateria
Participações especiais:
Chuck Billy – vocal em “BTK”
Kirk Hammet – solo de guitarra em “Salt the Wound”