Gene Simmons fala sobre Ozzy Osbourne:”nunca houve um Ozzy antes do Ozzy”
Gene Simmons foi convidado pela NBC News, onde ele falou sobre Ozzy Osbourne. Ele disse conforme transcrito pelo Confere Rock:
“Bem, eu me lembro do homem.
Sabe, em 1974, nós dois estávamos tentando trilhar nossos próprios caminhos. Chegamos a tocar no mesmo evento. E vou dizer uma coisa: os fãs estão de luto. O que se pode dizer? São corações partidos. E, de verdade, meu coração, minhas orações — assim como as de milhões de outras pessoas — vão para Sharon e para os filhos.
As pessoas pensam nele como o Príncipe das Trevas. E, claro, no palco havia uma persona enorme, uma figura gigante. Mas, ao mesmo tempo, ele era um pai amoroso e um marido dedicado. Você pode dizer o que quiser sobre o Ozzy — nunca houve um Ozzy antes do Ozzy.
Não dá pra apontar alguém e dizer: “Ah, ele veio dali”. Cientistas chamariam isso de uma singularidade, uma anomalia. Ele simplesmente nasceu Ozzy. E, até onde eu sei, por toda a sua vida, ele foi fiel a si mesmo. Como diziam os gregos: “Sê fiel a ti mesmo”.
Ozzy sempre foi Ozzy. Passou pela era disco, por todos os gêneros musicais — e continuou sendo ele mesmo até o fim. Foi chocante vê-lo em seu trono, sendo homenageado como merecia. Não haveria Metallica e muitas outras bandas sem o Sabbath.
Ozzy estava lá, dando tudo de si. E você não percebia… não dava pra perceber o que estava por vir. Uma semana depois, devastador. Os fãs estão desolados. Minhas redes sociais e meu celular não param. As pessoas estão chorando, arrasadas. O que se pode dizer?”
O apresentador então diz que Ozzy “era um poeta”, e Gene concorda:
“Era, sim. Volto com você a 1974. Estávamos no mesmo evento. Quando ouvi Ozzy Osbourne, pensei: “Uau…”.
Na verdade, minha primeira impressão do Sabbath veio antes disso. Vi um anúncio de página inteira na Rolling Stone que dizia: “Black Sabbath — mais alto que o Led Zeppelin”. Pensei: “Isso é o auge do cool”. A mídia, como sempre, promovia todo mundo, mas quando você via o Sabbath ao vivo, naquela época, não havia nada parecido.
E ver Ozzy correndo pelo palco era como assistir a um louco — um homem insano, dando tudo de si. Eu nunca li ou vi um show do Sabbath em que se tivesse a impressão de que Ozzy só estava “cumprindo tabela”, tipo: “Ah, vamos lá, mais uma música”.
Gene fala sobre o começo da carreira tanto do Kiss quanto do Sabbath e como as coisas eram diferentes:
“Havia uma dedicação à arte de estar no palco. Nosso trabalho era fazer as pessoas esquecerem que o mundo lá fora é duro, com engarrafamentos, brigas com a namorada… mas ali, naquele momento, era como uma igreja elétrica. Fãs e banda, todos juntos.
E Ozzy, sempre que estava ali, fazia tudo parecer antitético ao metal — ele quebrava as regras. Abria o coração e gritava com toda paixão: “Eu amo todos vocês!”. Quem diz isso sendo o Príncipe das Trevas? Mas esse era o verdadeiro Ozzy.”
Ozzy Osbourne morreu aos 76 anos, na última terça feira (22).