Há 26 anos o Van Halen anunciava Gary Cherone como seu vocalista

Na década de 1990, o Van Halen não andava em seus melhores momentos. Era instável suas formações, e seus discos acabavam por não reverberar da mesma forma que outros anteriores.

A relação entre Eddie Van Halen e Sammy Hagar não era das melhores e diversos embates dos rumos que deveriam ser tomados eram criados internamente. Em um período em que o hard rock mais festivo havia perdido espaço para as sombras do grunge, muitas bandas do gênero resolveram mudar sua sonoridade indo para esse lado. Kiss, Motley Crue, Anthrax, foram algumas delas e o VH também seguiu essa linha, o que pegou um pouco de surpresa seus ouvintes.

E tão de surpresa também foi o anúncio de que Hagar estava mesmo deixando o posto de frontman do grupo. Sua saída nunca foi de fato esclarecida com algum ponto realmente deixando as claras o que aconteceu.

Os fãs ficaram em fervorosa que com isso, seria a ocasião perfeita para o retorno de David Lee Roth, que havia se retirado da banda há dez anos. O fato parecia que realmente aconteceria, pois o vocalista se reuniu com o grupo em VMA em 1996. Mas uma pequena vírgula fez um tropeço nesse caminho. Enquanto Lee Roth se encontrava com a banda, outros vocalistas vinham sendo testados, como Mitch Malloy, que chegou a gravar com o VH. Assim que soube disso, David abandou o bonde mais uma vez totalmente indignado.

Malloy também não tinha agradado de todo Eddie que continua a sua busca. Nesse mesmo período, o Extreme havia decretado seu fim, e Gary Cherone estava livre. VH já havia sondado o vocalista algumas vezes, e com isso, de novo de forma surpreendente, eis aí uma junção inesperada. Cherone foi anunciado como vocalista do Van Halen, sem ele mesmo saber se era ou não o dono da vaga até certo ponto, mesmo participando de coletivas com a banda.

Da junção nasceu “Van Halen III“. Sim, é exatamente isso que você pensou. Era um disco estranho para os padrões VH e não foi bem digerido. Alguns apontam o trabalho como um disco solo de Eddie. Há pouca participação de Michael Anthony e Alex faz pouco com mais do mesmo. Cherone contribui bastante com as letras e até mesmo traz um pouco da sonoridade do Extreme, mas logicamente isso não era das melhores opções para os fãs.

A turnê do álbum acabaram por se mostrar algo feito meio “nas coxas”, com a banda e o vocalista parecendo não se alinhar muito bem, inclusive na hora de Gary interpretar faixas de seus dois antecessores.

Baixas vendas e shows que não estavam a altura do poder de outrora, resultaram em, após três anos, Gary Cherone se desligava do Van Halen.

O cantor em momento algum se mostrou chateado ou se fez de rogado em sua saída, mas ao contrário, sempre assumiu que seu lugar não era aquele. Inclusive, ele diz que havia outro disco com os seus vocais que estava sendo produzido, e que era algo muito mais consistente do que “III”.

Aos fãs cabem a lembrança de um momento experimental da banda, e que talvez tenha se mostrado mais acertado do que o que veio na sequencia com a volta de Sammy Hagar e uma banda definitivamente destruída em qualquer sentido.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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