Iggor Cavalera acha o metal ocidental “muito polido com muitos dragões”
Iggor Cavalera conversou com o WCN Podcast, onde ele falou sobre as diferenças do metal ocidental e o metal brasileiro. Ele diz:
“Para nós, explicar a primeira onda de black metal que tivemos no Brasil não era realmente sobre adorar Satanás, mas sim sobre atacar a igreja, o que é uma grande diferença. Para nós, era muito mais político. Porque a igreja está controlando tudo na América do Sul, e eles estão envolvidos na política, e como todos sabemos, eles são a coisa mais maligna. Eles entraram e realmente estupraram a terra com a colonização e tudo mais. Então, para nós, ir contra a igreja, foi um ato de rebelião. E para nós também fazia mais sentido atacar isso do que apenas atacar o governo em geral, porque eles são a mesma coisa na nossa visão. Então, quando você teve o Sex Pistols indo contra a rainha, para nós, nossa forma de agressão era tipo, ‘Não, vamos destruir a igreja’. Porque eles estão todos conectados. Então eu acho que é aí que meio que fica confuso, já que nunca fomos adoradores de Satanás; essa não era a nossa praia. Claro, eu estudo muito sobre o lado negro das coisas, leio muitos livros, mas nunca fui… Porque eu acredito que eles são todos criação da mesma coisa — o mal e o bem, e Satanás, na minha opinião, também é uma criação da igreja. Então, para nós, adorar isso, era quase tipo, ‘Ah, como é que vocês não aceitam Jesus, mas aceitam aquele, que é meio que — eles são o yin-yang.’
Então foi daí que surgiu o movimento. Era sobre essa agressividade. E então, claro, musicalmente, era uma forma extrema de mostrar como queríamos nos rebelar. E então, claro, o metal, por ser um dos estilos cujas ideias nos agradavam, mas não gostávamos de como o metal era feito na Europa ou na América, porque era muito polido. E eles falavam sobre dragões e destruição de castelos. E nós pensávamos: ‘Essa não é a nossa realidade’. Então, acho que foi aí que começou.”
A entrevista completa pode ser vista abaixo
Valeu!!!!