Iron Maiden: 18 anos de “A Matter of Life and Death”

Há 18 anos, em 28 de agosto de 2006, o Iron Maiden lançava “A Matter of Life and Death“, o álbum de número 14 da discografia da banda e que é assunto do nosso bate-papo por aqui nesta quarta-feira.

O álbum só foi lançado por aqui em 11 de setembro de 2006, mas nós vamos considerar o lançamento mundial. Este é o terceiro disco lançado com a formação que se reuniu a partir de “Brave New World” (2000), quando Bruce Dickinson e Adrian Smith retornaram ao Iron Maiden, juntando-se aos outros quatro membros que lá estavam, e desde então eles têm se mantido juntos.

Embora o aniversariante do dia pareça ser um disco conceitual, essa ideia é rechaçada pela banda. Entretanto, os temas das letras não fogem muito de guerras e religião. “Brighter Than a Thousand Suns” fala sobre o Projeto Manhattan, assunto que esteve em alta recentemente, com a exibição do longa-metragem “Oppenheimer“. Já “The Longest Day” fala sobre o Dia D, quando os soldados das tropas aliadas conseguiram desembarcar na Normandia, sendo uma etapa fundamental para a derrota das tropas nazistas que se concentravam no oeste europeu.

Para gravar o álbum, a banda se reuniu entre os dias 1 de março e 4 de maio no Sarm West Studios, em Londres, na companhia de Kevin Shirley, que produziu o álbum junto com o todo-poderoso do Iron Maiden, Steve Harris. Bruce Dickinson afirmou que as gravações foram concluídas dois meses antes do previsto. Curiosamente, o álbum não passou pelo processo de masterização, apenas a mixagem. A ideia era fazer com que o álbum soasse como se a banda estivesse se apresentando ao vivo. Kevin Shirley explicou as razões que o levou a não masterizar a bolacha:

“Falei com ‘Arry (Steve Harris ) na sexta-feira, que decidiu não masterizar o álbum do Iron Maiden… Isso significa que você ouvirá o novo álbum exatamente como soou no estúdio, não adicionei equalizador, compressão, ampliação analógica, etc., e devo dizer que estou muito feliz com o resultado final.”

A arte da capa, muito bela por sinal, é assinada por Tim Bradstreet, um artista estadunidense que ficou famoso por desenhar HQ e que é fã de longa data da banda. O álbum é o quarto da história da banda a não ter o mesmo título de uma de suas faixas, embora Nicko McBrain e Janick Gers tenham afirmado à imprensa de que os nomes “The Pilgrim” e “The Legacy” tenham sido consideradas. Então eles optaram em repetir o que foi feito em “Piece of Mind“, “The X-Factor” e “Virtual XI“.

O álbum é um tanto quanto longo, são dez faixas em 71 minutos, com uma média de mais de 7 minutos por música e duas ultrapassam a casa dos 9 minutos. Já estava se tornando corriqueiro o fato de a banda incluir músicas tão extensas em seus álbuns, e também de uma pegada mais Progressiva em sua sonoridade. Dois singles foram lançados: “The Reincarnation of Benjamin Breeg” e “Different World“.

A Matter of Life and Death” foi muito bem recebido pela crítica, o público também respondeu muitíssimo bem e em uma semana mais de 1 milhão de cópias já haviam sido vendidas, segundo comunicado emitido pela própria banda. Nos charts mundo afora, foi o primeiro álbum do Iron Maiden a ficar no Top 10 da “Billboard 200“, emplacando o 9° posto. Alcançou o topo das paradas na Suécia, Finlândia, Polônia, Itália e Alemanha; 2° no Canadá Hungria, Suíça e Noruega: 4° na Áustria, Reino Unido, Escócia e Espanha; 5° na Irlanda e França; 7° na Bélgica e nos Países Baixos; 8° na Dinamarca, 11° no Japão e Portugal e 12° na Austrália. Foi certificado com Disco de Ouro, veja só, caro leitor, no Brasil. Canadá, Alemanha, Grécia, Noruega, Suécia, Suíça e Reino Unido também deram a mesma honraria ao álbum, enquanto que na Finlândia, foi certificado com Disco de Platina.

A banda caiu na estrada em turnê batizada “A Matter of Life and Death Tour“, onde o álbum era tocado na íntegra. Em 2007, para celebrar os 25 anos de seu álbum mais icônico, eles modificaram o nome da tour, que passou a se chamar “A Matter of the Beast“, em celebração aos 25 anos do álbum que marcou a estreia de Bruce Dickinson. O último show da turnê, na famosa Brixton Academy, em Londres, teve fundos arrecadados para o tratamento de saúde do primeiro baterista da banda, Clive Burr.

Para nossa felicidade a banda segue na ativa, lançando discos e fazendo shows. O Brasil vai receber a banda em dezembro, mas infelizmente somente a cidade de São Paulo irá receber o sexteto. Hoje é dia de celebrar esse belo disco e de desejar longa vida à Donzela de Ferro.

A Matter of Life and Death – Iron Maiden
Data de lançamento – 28/08/2006
Gravadora – EMI

Faixas:
01 – Different World
02 – These Colours Don’t Run
03 – Brighter Than a Thousand Suns
04 – The Pilgrim
05 – The Longest Day
06 – Out of the Shadows
07 – The Reincarnation of Benjamin Breeg
08 – For the Greater Good of God
09 – Lord of Light
10 – The Legacy

Formação:
Bruce Dickinson – vocal
Steve Harris – baixo/ teclado
Dave Murray – guitarra
Adrian Smith – guitarra/ guitarra sintetizada
Janick Gers – guitarra
Nicko McBrain – bateria

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

One thought on “Iron Maiden: 18 anos de “A Matter of Life and Death”

  • agosto 29, 2024 em 10:39 pm
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    A Matter of Life e Brave New World são os discos mais bem produzidos que eu já vi e ouvi…totalmente impecável em sua produção sonora, valeu!!!!

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