Iron Maiden: os 20 anos de “Dance of Death”

Em 8 de setembro de 2003, o Iron Maiden lançava “Dance of Death“, o álbum de número treze da discografia dos britânicos que comemoraram muitos aniversários durante essa semana. Com alguns dias de atraso, vamos falar desse discaço, afinal de contas, antes tarde do que nunca, não é mesmo?

O Iron Maiden voltava ao topo da música pesada, após uma década bem mediana, quando chamou Blaze Bayley para o vocal, em uma tentativa fracassada de substituir Bruce Dickinson. Então em 1999, Bruce voltou, trazendo consigo Adrian Smith e o Maiden passou a ser um sexteto como se mantém até hoje. Lançaram o aclamado “Brave New World“, um álbum que contém sobras de “Virtual XI” e o mundo voltou a reverenciar a banda, que inclusive passou pelo Brasil, tocando no Rock in Rio, a primeira edição do festival após um hiato de onze anos.

Após a bem-sucedida turnê, o sexteto se reuniu em Londres, no Sarm West Studios, em sessões que duraram entre novembro e dezembro de 2002 e agosto de 2003. Kevin Shirley, o produtor do Iron dos anos 2000 assinou a produção, que também contou com Steve Harris auxiliando-o. A mixagem aconteceu no mês de abril e em maio, a banda anunciou o título do vindouro álbum, que pela primeira e única vez até o presente momento a contar com uma faixa escrita pelo baterista Nicko McBrain: “New Frontier“, da qual ele é co-autor.

Em relação às letras, “Paschendale” é uma composição de autoria de Adrian Smith e que fala sobre a batalha de Paschendale, ocorrida durante a Primeira Guerra Mundial. “Montsegur” é de autoria de Bruce Dickinson, que fala sobre a queda da fortaleza do mesmo nome, que ocorreu no ano de 1244. “Face in the Sand” trata sobre a cobertura da mídia sobre a guerra do Iraque, iniciada pelos Estados Unidos após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Sobre essa letra, certa vez, Bruce Dickinson deu a seguinte declaração:

“Lembro-me de pensar nas areias do deserto como uma imagem e como ela se move e muda com o tempo. Especificamente, o que eu estava pensando era que quaisquer impérios que você tenda a construir – sejam eles britânicos, americanos, iraquianos ou qualquer outro, todos eles desmoronarão e desaparecerão em outra coisa. Então, pelo menos na minha opinião, a melhor coisa que você pode esperar, se deixar alguma coisa para trás, é apenas uma marca na areia.”

A capa, merece um parágrafo a parte e foi criada a partir da computação gráfica, pelo artista David Patchet. Ocorre que o artista solicitou a retirada de seu nome dos créditos, pois a imagem que ele apresentou não foi exatamente a que foi utilizada na capa do play. Ele havia desenhado o Eddie com uns monges por trás, mas o empresário da banda, Ron Smallwood não gostou e contratou outros profissionais que desenharam os personagens que surgem do lado da mascote da Donzela. Os rascunhos foram devolvidos a Patchet e o resultado é a “pior capa” de todos os álbuns da banda, segundo os próprios fãs.

O álbum é bastante extenso, como tem sido os atuais discos do Iron Maiden. São 11 músicas em 67 minutos. Se “Dance of Death” não conseguiu superar o que foi feito em “Brave New World“, muito em virtude de toda a expectativa que foi gerada com a estabilização da formação como um sexteto, coisa inédita até então, os resultados do nosso homenageado não chegam a ser frustrantes. E mereceram uma boa recepção da crítica e do público.

Um disco do Iron Maiden significa brilhar nos charts em todos os cantos do planeta. E não foi diferente com “Dance of Death“: o álbum alcançou o topo das paradas na Finlândia, Itália e Suécia, 2° na Rússia, Reino Unido, Alemanha e Grécia, 3° na Áustria, Hungria, Noruega e Polônia, 4° em Portugal e na Bélgica, 5° no Canadá, 6° na Irlanda, 9° na Rússia, 10° na “Billboard 200”, Dinamarca e Países Baixos, 11° no Japão, 12° na Austrália e 21° na Nova Zelândia. Foi certificado com Disco de Ouro, veja só caro leitor, no Brasil. Sim, o berço da música de gosto extremamente de mal gosto, é capaz de premiar o Iron Maiden. Outros países que também premiaram o álbum de Disco de Ouro foram: Alemanha, Argentina, Finlândia, Grécia, Noruega, Suécia e Reino Unido.

São vinte anos completados por este álbum e para nossa felicidade, o Iron Maiden segue firme e forte na cena, lançando discos e fazendo turnês. Há um ano, a banda esteve em uma mini-turnê pelo Brasil, quando também se apresentou no Rock in Rio. Nós tiramos a sorte grande de viver na mesma época de Bruce Dickinson, Steve Harris, Adrian Smith, Dave Murray, Janick Gers e Nicko McBrain. Longa vida à Donzela de Ferro.

 

Dance of Death – Iron Maiden

Data de lançamento – 08/09/2003

Gravadora – EMI

 

Faixas:

01 – Wildest Dreams

02 – Rainmaker

03 – No More Lies

04 – Montsegur

05 – Dance of Death

06 – Gates of Tomorrow

07 – New Frontier

08 – Paschendale

09 – Face in the Sand

10 – Age of Innocence

11 – Journeyman

 

Formação:

Bruce Dickinson – vocal

Steve Harris – baixo/ teclado

Adrian Smith – guitarra

Dave Murray – guitarra

Janick Gers – guitarra

Nicko McBrain – bateria

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