Judas Priest: há 28 anos, Tim “Ripper” Owens estreava com “Jugulator”

Há 28 anos, em 16 de outubro de 1997, o Judas Priest lançava “Jugulator“, o seu 13° álbum de estúdio, encerrando um hiato de seis anos sem lançar novos álbuns. É também o primeiro dos dois discos a contar com Tim “Ripper” Owens no vocal, o que o torna de forma automática, um dos dois únicos discos a não ter Rob Halford como seu vocalista. O álbum é tema do nosso bate-papo desta quinta-feira. 

 

Após a turnê do álbum “Painkiller“, Rob Halford anunciou a saída da banda, o que deixou o Judas Priest inativo por quatro anos. Rob fundou o Fight e levou consigo o Scott Travis, enquanto que Glen Tipton lançou seu disco solo, “Baltism of Fire“. Depois de algum tempo, K.K. Dowing e Glen Tipton se reuniram para decidir quais os rumos seriam dados pelo Judas. E a decisão foi de continuar, mas para isso, teriam de encontrar um novo vocalista. E eles encontraram Tim Ripper Owens, que cantava em uma banda tributo ao Judas. Após algumas audições, ele foi o escolhido. 

 

Com o novo vocalista, a banda zarpou para o Silvermare Studios, na Inglaterra, por onde ficaram entre o final de 1996 e o início de 1997. A produção é assinada por Glen Tipton, K.K. Dowing e Sean Lynch. Glen Tipton escreveu todas as letras, enquanto que os arranjos foram escritos pela dupla Glen Tipton e K.K. Dowing

 

Como sabemos, a década de 1990 foi muito difícil para as bandas de Heavy Metal, nas mais diferentes vertentes. Todas elas passaram por alguma dificuldade, lançaram discos e meio que se perderam na crise de criatividade que se abateu no estilo naquele período. As exceções foram Pantera e Sepultura, que aproveitaram, mesmo que por pouco tempo, e fizeram muito barulho na cena. O Judas também foi afetado e lançou um disco que não foi muito bem compreendido pela crítica e público. 

 

A rejeição de grande parte do público não tem a ver com o novo vocalista, como aconteceu com o Iron Maiden no mesmo período. O que aconteceu foi que o Judas mexeu demais na sua sonoridade, apresentando um disco pesado, com afinações baixas nas guitarras, presença do Groove e tudo isso acabou por descaracterizar o som da NWOBHM que a banda sempre entregava. É bem verdade que “Painkiller” era pesado e em certos momentos soava Thrash Metal, mas no aniversariante do dia, as coisas eram mais explícitas e nas 10 músicas que duram 53 minutos, a sensação é de que estamos ouvindo uma outra banda a tocar. 

 

Ainda assim, o álbum alcançou a posição de número 9 na Alemanha; na Finlândia ficou em 24°, 33° na Suécia, 34° na Áustria, 43° na Suíça e 82° na “Billboard 200“. Apesar do desempenho bem fraco para um álbum do Judas Priest, a faixa ‘Bullet Train” foi indicada ao Grammy Awards de 1998, na categoria “Melhor Performance Metal“. Mas nem isso foi o suficiente para ofuscar a frustração dos fãs que esperavam do Judas Priest um álbum com músicas típicas do próprio Judas Priest

 

Tim Ripper Owens ainda gravaria o álbum sucessor, “Demolition“, que é menos aclamado pelos fãs e logo depois devolveria o posto para o Metal God, Rob Halford. Hoje o Judas Priest não toca ao vivo nenhuma das faixas gravadas na era de Tim Ripper Owens, que, sim, é um ótimo vocalista e fez um bom trabalho durante o período que prestou serviços para a banda. Mas era o cara errado na hora errada. 

 

Felizmente o Judas Priest segue na ativa, com Rob Halford de volta. Ele que anunciou essa semana que está oficialmente casado com seu companheiro, segue sendo uma autoridade dentro do estilo e um exemplo a ser seguido, principalmente em um ambiente ainda recheado de preconceito e homofobia. Felizmente nós vivemos na mesma época do Judas Priest

Jugulator – Judas Priest

Data de lançamento – 16/10/1997

Gravadora – SPV

 

Faixas:

01 – Jugulator 

02 – Blood Stained 

03 – Dead Meat 

04 – Death Row 

05 – Decapitate 

06 – Burn in Hell 

07 – Brain Dead 

08 – Abductors 

09 – Bullet Train 

10 – Cathedral Spires

 

Formação

Tim Ripper Owens – vocal 

Glen Tipton – guitarra

K.K. Dowing – guitarra

Scott Travis – bateria 

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

One thought on “Judas Priest: há 28 anos, Tim “Ripper” Owens estreava com “Jugulator”

  • outubro 16, 2025 em 10:05 pm
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    Gosto dessa fase ¨Tim Ripper¨, tenho boas lembranças da época!!!! O cara tinha estilo e a banda tentava soar Judas e ao mesmo tempo não soar Judas!!!! Grandess riffs marcantes e agudos detonantes ecoam nesse disco, só tenho elogios a essa banda que já experimentou um pouco do Thrash Metal alado com o Speed!!!! Valeu!!!!

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