Justiça russa condena integrantes do Pussy Riot a até 13 anos de prisão por críticas à guerra na Ucrânia
Um tribunal de Moscou condenou nesta segunda-feira (15) cinco integrantes do coletivo punk Pussy Riot a penas que variam de oito a 13 anos de prisão, acusando-as de espalhar “informações falsas” sobre o exército russo durante a invasão da Ucrânia. As sentenças foram proferidas à revelia, já que todas as rés vivem fora da Rússia.
As artistas Alina Petrova, Diana Burkot e Olga Borisova receberam penas de oito anos cada. Taso Pletner foi condenada a 11 anos, enquanto Maria Alyokhina, uma das fundadoras do grupo e ativista de longa trajetória contra o governo de Vladimir Putin, foi sentenciada a 13 anos de prisão. Além disso, todas foram proibidas de administrar páginas na internet por períodos que variam entre quatro e cinco anos.
De acordo com a acusação, as integrantes do Pussy Riot cometeram crime ao participarem de atos e produções artísticas contra a guerra, incluindo um videoclipe lançado em dezembro de 2022 intitulado “Mamãe, não assista TV”. Outro episódio citado foi uma performance em Munique, em abril de 2024, na qual uma das ativistas urinou sobre retratos de Putin durante o show.
O Ministério Público havia pedido penas entre nove e 14 anos de prisão. Já as acusadas negam as acusações e afirmam que o processo é político, violando seus direitos de defesa. A execução das sentenças depende de eventual extradição, o que significa que, enquanto permanecerem fora da Rússia, elas não devem cumprir pena em território russo.
Conhecido por misturar ativismo político e performance artística, o Pussy Riot ganhou notoriedade mundial em 2012, quando integrantes do grupo foram presas após uma apresentação em protesto contra Vladimir Putin dentro da Catedral de Cristo Salvador, em Moscou. Desde então, as artistas seguem atuando em defesa da liberdade de expressão e contra a repressão política no país.