Kiko Loureiro revela o que pensa sobre pausa do Angra
Em uma nova participação no Amplifica, Kiko Loureiro foi questionado por Rafael Bittencourt, sobre o que ele pensa sobre a pausa que o Angra fará. Ele então responde conforme transcrito pelo Confere Rock:
“É… não acho ilegítimo, eu entendo, cara. É bom, tipo, porque às vezes você tem vontade de fazer outras coisas. Tá fazendo há muito tempo, né?
Eu mesmo fiz essa parada com o Angra. No Megadeth, fui lá, vivi outras coisas, fiquei fora do país, toquei com outras pessoas. E mesmo antes, no Angra, eu já fazia também. Gravei meu álbum solo com o Mike Terrana, o Virgil Donatti e tal. O próprio Bruno Valverde eu conheci tocando, né? Fazendo trabalho paralelo.
Então, assim, eu entendo que você tenha que fazer isso, o Felipe também. Acho que dá um descanso, que nem você falou, estudar, não sei… o que você quiser fazer. O que a banda quiser fazer. Acho que, pra banda, pode ser saudável. Tem que planejar bem, né? Pra quando vai voltar, tal época…
Acho que é legal ter uma ideia, um plano, tipo: “ah, vamos parar aqui, depois a gente faz tal coisa e volta”. E pode ser um negócio curto, pode ser mais longo. Eu acho legal. E eu penso nisso. Sempre também penso em dar uma parada. De certa forma, saí do Megadeth com esse pensamento.
Tô fazendo poucos shows. Vou fazer esses shows aqui — não é muito longo, o período é curto. Depois… toquei duas semanas, mais ou menos. Três semanas. E aí tem esse camp. Depois disso, tenho uma turnê na Europa em novembro. Mas tô, tipo, com vários convites pra fazer coisa… eu fico espaçando bastante, sabe?
Então, assim, tô meio na dúvida. Não é aquela coisa de “já era”, mas é meio que na dúvida. Se o negócio for legal, tipo, Arábia Saudita — fala: “pô, legal, nunca fui, vamos lá, topo”. Então, tem uns convites. Eu também tô meio nessa.
Não dei uma declaração, mas tô dando um pouco mais de espaço pra compor, pra gravar, pra estudar, pra fazer outras coisas mesmo.
Então, eu entendo total. A galera tem que ver que a gente tá fazendo isso há um tempão. Você pensa em esportista, né? Você vê lá, mais ou menos contemporâneo nosso, o Ronaldo Fenômeno. Deve estar perto dos 50. Acho que um pouquinho mais novo talvez… uns cinco anos mais novo, tô chutando. Mas essa geração aí.
Você pensa num esportista: o cara tá lá, dá o maior gás ali por sei lá quantos anos. Começa com 11, 12, vai até uns 30 e poucos… acabou. O músico não tem isso, né?
O esportista sabe que tem uma data. Uma data de validade do físico dele, né? O Oscar Schmidtt, por exemplo. O cara foi campeão no basquete, depois vai fazer outra coisa. Pode virar técnico ou não fazer nada relativo ao esporte.
E a gente, músico, não. Músico é aquela coisa… pô, você não vai fazer mais um show? Tá lá o B.B. King com 80 anos, tocando a Lucille, a guitarra dele.
Então, o músico tem essa coisa… a gente vive a música mesmo. Mas acho legal essa pausa. O Miles Davis parou seis anos, né? Sempre lembro disso. Parou seis anos nos anos 70. E voltou.”
Em entrevista ao Confere Rock, Kiko respondeu se cogitou se juntar novamente ao Angra após a sua saída do Megadeth, onde ele respondeu:
“Eu não cogitei nada, o Angra tá muito bem, eles vão fazer um hiato agora, estão fazendo a tour do Temple of Shadows, que a gente tem o maior orgulho desse álbum, tá relançando uma edição especial do álbum, então isso aí eu tô acompanhando, eu tô de perto e estou sempre apoiando, divulgando, encontrando, falando com a galera toda do Angra, grandes amigos. E é isso, eu não acho que não se cogitou nenhuma volta mesmo porque o Angra tá bem e também eles estão fazendo esse hiato de um ano agora, né? Então assim, nem cabe essa conversa.”
Kiko Loureiro estará tocando ao lado de outro ex Megadeth no Brasil, Marty Friedman, e mais detalhes das apresentações você confere aqui.