Lamb of God – “Omens” (2022)

O Lamb of God é daquelas bandas que estão há duas décadas levando a nova (nem tão nova) geração do heavy metal pelo mundo. Sua discografia é um material vasto e impecável, em que nos deixa até perdidos na tarefa de tentar eleger um melhor.

A banda começou com um som mais voltado ao thrash metal com ares do groove, e mesmo com uma técnica apurada de seus integrantes, conseguia criar músicas viscerais que abordavam temas políticos e sociais. Principalmente em seus três primeiros álbuns, “New American Gospel“, “As Palace Burns” e “Ashes to Wake“, o grupo se propôs a essa jornada mais agressiva, o que os levaram a serem muitos comparados ao Pantera, mas o LoG tinha sua própria personalidade e aos poucos foi amadurecendo e virando um verdadeiro titã. Após o lançamento de “Requiem”, a cada novo álbum as coisas passeavam por um rumo diferente. De volta ao som direto e nervoso em “Wrath”, os experimentalismos de “VII: Sturm und Drang” e a mescla de tudo isso no disco homônimo em 2020, este último, já com o novo baterista Art Cruz.

2022 é chegado o ano então da volta ao estúdio e assim nasce “Omens”, novo registo lançado pela Nuclear Blast e cedido gentilmente antecipadamente por MARCOS FRANKE, representante oficial da gravadora no Brasil (o nosso muito obrigado) e que mais uma vez mostra um Lamb of God, amadurecido e traçando um novo panorama na sua história.

Aqui, as coisas seguem um pouco do padrão do disco anterior, mas novamente, a banda consegue trazer novidades, mesmo que em pequenos detalhes espalhados pelo disco. “Nevermore” abre o disco e acerta em cheio o fã antigo da banda. Há o groove, os momentos mais melódicos misturados a outros mais agressivos, lembrando em partes o clássico “Laid to Rest“. “Vanishing” é o desfile de riffs grandiosos da dupla Mark Morton e Willie Adler, e aqui já vemos como Art Cruz já está em casa no segundo registro com a banda. O cara entrega linhas incríveis e com tudo o que um ouvinte da banda quer. Técnica, peso e precisão são marcas no músico que se destacam por aqui. “Ditch” é outra pedrada daquelas que esperamos encontrar em um disco desses caras. “Gomorah” soa mais cadenciada e com um Randy Blythe totalmente dono de sua voz e se mostrando um dos melhores frontmans dos tempos atuais, passeando por diversas nuances e mostrando ser um cara que sempre busca se reiventar. “Grayscale” é uma das que mais levam o título do groove que a banda tem a rigor e traz grandes ares do Pantera. O disco fecha com a experimental “September Song” que patina em diversos momentos diferentes em seus seis minutos. Alguns deles entoados por teclados que dominam o ambiente no refrão.

Continua a qualidade, o frescor aliado a identidade da banda e o fulgor que é ouvir um disco seu, mesmo para os que não sejam lá os seus maiores seguidores. Único porém que vi por aqui foi a falta de uma música marcante como em outrora, caso de “Redneck ou “Set to Fail“, mas isso em momento algum diminui a grandiosidade da obra e um grande momento da banda, aliás, mais um deles! Outro degrau que continua a reforçar a discografia de uma das bandas mais consistentes em sua trajetória do metal moderno.

NOTA: 8

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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