Laudo aponta que mulher agredida após show punk em SP morreu de infarto provocado por provável uso de cocaína
O laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Helen Cristina Vitai, de 43 anos, que sofreu agressões após um show punk em São Paulo, faleceu em 3 de agosto de 2025 por um infarto agudo do miocárdio, muito provavelmente provocado pelo uso de cocaína. A informação foi divulgada em 12 de setembro de 2025 em laudo que foi publicado pelo G1.
O documento descreve que a isquemia do miocárdio — falta de oxigenação no músculo cardíaco — pode ter sido desencadeada pela ingestão de cocaína, que provoca alterações cardiovasculares. O documento aponta ainda que Helen estava embriagada pelo consumo de bebida alcoólica, mas que isso não agravou sua morte. O laudo foi anexado ao inquérito da Polícia Civil.
Embora Helen apresentasse lesões físicas visíveis, hematomas e sinais de agressão no corpo, o laudo afirma que essas agressões não são diretamente relacionadas à causa do óbito.
Segundo registros policiais e imagens obtidas, Helen foi atacada na calçada da Rua Guaicurus, em frente ao Centro Cultural Tendal da Lapa, Zona Oeste de São Paulo, onde ocorreu o evento “200 Anos de Punk”. Durante cerca de oito minutos, sendo pelo menos seis deles em esganadura, Helen foi agredida; Graciella Verenich teria dado pelo menos 29 socos, enquanto Katyuscha de Santana Fon, conhecida como “Katy Son”, chegou a chutar sua cabeça quando já estava no chão. André Santos Costa Amorim (“Mones”) — namorado de Graciella — aparece nas filmagens tentando impedir que outras pessoas interviessem. De acordo com a investigação, Helen foi agredida pelo grupo porque havia criticado Katyuscha no Facebook, duas semanas antes. Ela tinha escrito uma crítica a foto de uma jaqueta de couro preta postada pela agressora.
Helen sentiu dores pelo corpo e passou mal, segundo testemunhas. A Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi chamada e tentou fazer massagens cardíacas nela no local, mas a mulher não resistiu.
O hospital que recebeu Helen informou que ela tinha tido um mal súbito após bater a cabeça no chão.
A família de Helen contesta o laudo: através do advogado Daniel Lellis, afirmam que o exame falha ao não incluir fraturas ou lesões como as fotografadas, nem considera de forma adequada a traumatologia do pescoço, embora as gravações do incidente indiquem claramente esses danos. Eles pretendem solicitar contra-laudo.
Por outro lado, a defesa de Graciella e André argumenta que o laudo aponta morte por overdose acidental, baseado nos níveis elevados de cocaína e também álcool detectados no sangue da vítima. Para eles, isso descaracterizaria a tipificação do caso como homicídio.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, inicialmente como homicídio, mas com a nova conclusão pericial, a possibilidade de reclassificação para morte acidental cresce. As prisões temporárias de Graciella Verenich e André Santos Costa Amorim foram decretadas e o casal segue detido, enquanto Katyuscha de Santana Fon permanece foragida