Medjay – “Cleopatra VII” (2022)
O Medjay nasceu como mais uma promessa de Minas Gerais para o heavy metal do Brasil, e após sua estreia em 2020, a banda traz em 2022 seu segundo trabalho, com “Cleopatra VII“. Assim como antes, eles trazem influências orientais ao seu som, mas dessa vez, indo mais fundo, e contando como temática o nome da mulher (várias) que mais ilustra a história egípcia, sendo entre todas, a de número 7 a usar o nome a que mais povoou histórias.
No som, a banda ganha maturidade e com o registro, mostra uma ótima qualidade na produção que soa muito bem arranjada. Assim como também as composições, podendo ser visto no interlúdio de “Stargate”, e a sequência com “Shemagh in Blood“, que mistura influências do Myrath, Symphony X e toques do Megadeth. A porra continua com a agressiva “Warrior People“, que traz bons riffs em seu início, e versos cadenciados e com bom groove. “Mask of Anubis” invoca um Sabbath em seu primeiros momentos e continua marcada, nos remetendo ao metal praticado pelo Hammerfall, em uma das melhores faixas do disco. O guitarrista e vocalista Phil Lima executa as duas funções em ótima forma. “Osiris and Seth“, obviamente trazendo a história das duas divindades é uma das que mais ressaltam essa influência em seu som e criam mais uma faixa de destaque, com passagens vocais mais agressivas em contraponto da melodia. A faixa título chega trazendo forças do progressivo, contando com a participação de Oula Al Saghir. A pesada “Sarcophagus” traz a participação de May Puertas do Torture Squad, que reforça o tom nas vozes e soa como um grande momento de entrosamento do grupo e um grande refrão que com certeza irá contagiar a plateia nos shows. A épica “Ankhesenamon” traz outra participação, da jovem e talentosa promessa Mafra, que empresta sua voz em momentos mais dramáticos da faixa, acertando em cheio no tom e mostrando que sua escolha foi tão quão acertada, dividindo com Phil as partes principais da canção, a preenchendo de forma grandiosa.
O Medjay consegue se soltar de amarras que por um primeiro momento possamos ter ao nos vislumbrar com a capa do álbum, e mostra que põe no liquidificador diversas “regiões” do metal, e consegue fazer com que tudo isso funcione como precisa e cria um álbum pra lá de consistente e que soa como promessa para um caminho glorioso, e merecedor, pela frente!
NOTA: 8