Meshuggah – “Immutable” (2022)
O Meshuggah é um verdadeiro mastodonte da música pesada. Seja pela exímia habilidade dos seus integrantes, as suas criações musicais das mais complexas já feitas até hoje, pela originalidade do grupo. Seja qual for o motivo, a mecânica do que esses cinco caras representam e fazem é um legado de poucos e para poucos.
O último vislumbre de um novo meteoro vindo da galáxia foi em 2016 quando lançaram “The Violent Sleep of Reason“. Mas antes, a banda havia lançado verdadeiras obras primas modernas com os poderosos “Koloss”, “Obzen”, “Catch Thirtythree“, entre outros tanto da sua vasta e implacável discografia. Longos sete anos se passaram para só agora em 2022 eles voltarem e nos entregarem “Immutable”. A primeira vista, para os que já os acompanham, o novo registro pode até dar algum ar de “simplicidade” perto de outros momentos como os citadoa acima, mas isso não é nem de longe algo que diminua o que nos é dado.
O disco é lançado pela Atomic Fire Records e trazido ao Brasil pela Shinigami Records. As primeiras notas de “Broken Cog” soam como um muro de concreto, a faixa é cadenciada e com camadas hipnóticas. “The Abysmal Eye”, já conhecida, traz o gênio e um dos maiores bateristas de seu tempo e ainda em atividade, Tomas Haake fuzilado o equipamento em um groove impressionante, mostrando que ainda é um dos mais marcantes e espetaculares bateristas em atividade, além de um solo lunático. “Light the Shortening Fuse” é dona de um dos melhores momentos das vozes de Jens Kidman. “Ligature Marks” tem uma dobra de guitarras impecáveis trabalhando distintas, mas ao mesmo tempo em uma simbiose sonora perfeita. “God He Sees In Mirrors” é a quebradeira tradicional da banda e uma das melhores aqui. Cabe ainda ressaltar a ousadia da instrumental de quase dez minutos “They Move Below”, um verdadeiro épico magistral. “I Am That Thirst” é um monstro vivo, caótica e outro grande momento do álbum, candidata ao top 3 e os riffs e solos insanos de “The Faultless”, também merecem destaque.
O Meshuggah não entrega menos do que o ótimo, e para deleite dos fãs, cria um material a altura da espera! Se o titã ainda tem lenha para queimar, o tempo irá dizer, mas se esse for o canto do cisne, o repouso será tranquilo.
NOTA:8