Mike Portnoy revela a banda que o fez ter certeza que queria ser músico

Em uma nova entrevista ao PipemanRadio, o baterista Mike Portnoy, do Dream Theater, abriu o coração sobre a experiência que mudou sua vida para sempre: assistir ao Kiss ao vivo no Madison Square Garden em 1977, durante a turnê do álbum Alive II.

Portnoy descreveu em detalhes aquele instante inesquecível:

“Provavelmente foi quando vi o KISS no Madison Square Garden em 1977, na turnê do Alive II. Eu tinha apenas 10 anos, mas estar naquela plateia, ainda antes do show começar, e ver o grande logo do KISS se destacando no palco — mesmo apagado — já era algo impressionante. Sentir o cheiro da fumaça de maconha no ar, a expectativa quando as luzes se apagaram e ouvir ‘You wanted the best, you got the best. The hottest band in the world — KISS’, e logo depois as bombas explodindo e os fogos de artifício… aquilo foi decisivo. A partir daquele momento, eu soube que era isso que eu tinha que fazer.”

O baterista também refletiu sobre a capa do primeiro álbum do Kiss, fazendo uma comparação curiosa com os Beatles:

É engraçado, porque aquela capa do primeiro disco é tão icônica, mas, quando você pensa bem, é praticamente uma versão atualizada da capa de Meet The Beatles. Foi como pegar a mesma ideia e adaptá-la para uma nova geração, dez anos depois.

Portnoy foi além e comparou os integrantes do Kiss aos Beatles:

“Paul Stanley era como o Paul McCartney. Gene Simmons representava o John Lennon. Ace Frehley tinha o papel do George Harrison. E o Peter Criss era como o Ringo Starr. Eram quatro caras que cantavam, criavam e contribuíam. Quando os Beatles surgiram, foi a primeira vez que vimos uma banda formada por quatro personagens distintos. Até então, tínhamos apenas artistas solo como Elvis Presley ou Chuck Berry. Já o Kiss trouxe novamente essa ideia de quatro figuras diferentes, cada uma com sua própria identidade.”

Falando sobre sua paixão pela banda, Portnoy ressaltou como aqueles discos marcaram sua infância:

Até hoje, eu ainda sou um fanático por Kiss. Isso me transporta diretamente para a minha infância. Eu cresci com esses álbuns. Ainda tenho as edições originais, mas precisei recomprar toda a coleção do início dos anos 70. Entre 1975 e 1978, eles foram meus maiores heróis. Antes disso, eu era obcecado pelos Beatles, mas quando fiz uns nove ou dez anos, o Kiss se tornou os ‘novos Beatles’ para mim.

O músico não poupou elogios à discografia clássica da banda, lembrando álbuns e faixas favoritas:

O primeiro álbum do Kiss, de 1974, é lendário. Tem músicas incríveis como Strutter e Deuce, embora a produção não fosse das melhores. O mesmo vale para Hotter Than Hell — o som é até difícil de ouvir, mas as músicas são ótimas. Eu adoro All The Way, ainda quero fazer um cover dessa. Também gosto de Watching You, Goin’ Blind, Got To Choose e Parasite.

Dressed To Kill é outro que eu amo. Gosto especialmente das faixas menos conhecidas, como Room Service, Getaway, Love Her All I Can, Anything For My Baby e C’mon And Love Me.

Já Destroyer talvez seja o grande clássico da era. Não é o meu preferido, mas é o mais bem produzido, graças a Bob Ezrin, que depois faria The Wall do Pink Floyd. Tem Detroit Rock City, Do You Love Me, King Of The Night Time World, Beth, God Of Thunder e Shout It Out Loud.

Rock And Roll Over provavelmente é o meu favorito entre os discos do meio da década.

Love Gun foi a turnê em que os vi pela primeira vez ao vivo, então tem um significado especial.

Já Music From ‘The Elder’ é um dos álbuns mais rejeitados, especialmente por Gene e Paul, mas eu adoro. Acho que é um disco incrivelmente subestimado. A World Without Heroes é linda. Only You também é ótima. Ainda sou fã desse disco.”

Mike Portnoy está de volta ao Dream Theater e continua a turnê da banda comemorado os 40 anos de estrada, além de tocar na íntegra o seu último registro, “Parasomnia”.

Foto: André Tedim

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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