Morbid Angel: 36 anos de lançamento do álbum “Altars of Madness”
Há 36 anos, em 12 de maio de 1989, o Morbid Angel lançava “Altars of Madness“, o disco de estreia desta banda de Tampa, Flórida, a Meca do Death Metal estadunidense e que é tema do nosso bate-papo desta segunda-feira pós-dia das mães.
O Morbid Angel foi formado no ano de 1984 e é considerada uma das bandas pioneiras do Death Metal. Foram cinco anos até que eles lançassem o álbum de estreia, que é nosso tópico de hoje, mas antes, eles lançaram algumas demos. Inclusive, eles gravaram um álbum antes mesmo deste “Altars of Madness“, que acabou sendo lançado somente no ano de 1991, “Abominations of Desolation“. Este não foi o álbum de estreia porque a banda não ficou satisfeita com o resultado final das gravações. Entretanto, músicas como “Chapel of Ghouls” e “Welcome to Hell“, esta última renomeada “Evil Spells“, estão presentes aqui no aniversariante do dia.
“Altars of Madness” é considerado como um dos três álbuns que deram origem ao Death Metal, juntamente com “Seven Churches” (1985), do Possessed e “Scream Bloody Gore” (1987), do Death, a banda de Chuck Schundiler também é de Tampa. O Morbid Angel se reuniu no icônico Morrisound Studio, durante o mês de dezembro de 1988, com o produtor Dig (que já havia trabalhado com o Carcass no álbum “Reek of Putrefaction“, em 1988).
Trey Azagthoth certa vez falou sobre a época das composições para “Altars of Madness” e sobre as coisas que lhe inspiraram a escrever um disco tão cheio de fúria. Aspas para o guitarrista:
“Naquela época, eu realmente queria destruir todo mundo. Eu queria que as pessoas tivessem que trabalhar muito mais depois que os fãs testemunhassem o que estávamos acontecendo. Eu queria fumar gente. Eu realmente acreditava que as bandas estavam desafiando umas às outras, tentando superar umas às outras e fazer as outras desistirem – quase como as rivalidades com os rappers da Costa Leste e da Costa Oeste. Eu realmente pensei que as pessoas queriam escrever partes que engolissem o mundo inteiro. Eu queria subir no palco e fazer as pessoas dizerem: “Puta merda, que porra está acontecendo?” Eu queria escrever coisas que fizessem outras bandas fugirem e se esconderem. Não é realmente muito legal, mas foi isso que me motivou.”
Bolacha rolando, temos um álbum que inovou o estilo que estava emergindo na época, o Death Metal. São 9 canções espalhadas em 34 minutos de muito peso, brutalidade e velocidade acima do normal. Músicas como “Immortal Rites“, “Suffocation“, “Visions From The Dark Side“, “Damnation“, “Maze Of Torment” se tornaram clássicas não somente do Morbid Angel, mas da vertente em si. Dificilmente “Altars of Madness” não é citado como referência para as bandas que vieram depois. As revistas Decibel e Terrorizer compilaram listas dos melhores álbuns de Death Metal de todos os tempos e nosso aniversariante do dia foi o vencedor em ambas.
Outro destaque é a capa, cuja imagem traz um disco com diversas almas como se estivessem derretendo em um recipiente com uma espécie de ácido. É perturbadora. E ao mesmo tempo encantadora. A obra é de autoria de Dan Seagrave, que tem em seu currículo, trabalhos em capas de outras bandas como Entombed, Benediction, Hypocrisy, Malevolent Creation, Monstrosity, Pestilence, Suffocation, Vader, Warbringer e recentemente foi autor da capa do álbum dos brasileiros do The Troops of Doom, “A Mass to Grotesque“. Quando fez a capa do nosso homenageado, Dan tinha 18 anos de idade e certa vez ele relembrou a ocasião:
“Isso era algo que eu estava trabalhando em casa e que a banda viu parcialmente finalizado. Conseqüentemente, tornou-se meu primeiro cover de Death Metal. Antes disso, eu fazia capas de álbuns de bandas de thrash britânicas como Warfare e Hydravein. Embora eu tivesse 18 anos quando fiz isso, ainda acho que é bastante interessante. Não deveria ser esférico como foi sugerido. É mais como um disco achatado feito de material fóssil, que capturou almas.”
Hoje em dia, temos um racha: o Morbid Angel permanece na ativa, porém, apenas o guitarrista Trey Azagthoth é membro fundador. Já Dave Vincent e Pete Sandoval estão levando a cabo o projeto I Am Morbid, que passou pelo Brasil em 2023, tocando “Covenant“, o terceiro play da banda e que será tema por aqui em um momento oportuno. Hoje é dia de celebrar a pedra fundamental de uma das bandas mais importantes do Death Metal. É dia de escutar essa bolacha no volume máximo.
Altars of Madness – Morbid Angel
Data de lançamento – 12/05/1989
Gravadora – Earache
Faixas:
01 – Immortal Rites
02 – Suffocation
03 – Visions from the Dark Side
04 – Maze of Torment
05 – Chapel of Ghouls
06 – Bleed for the Devil
07 – Damnation
08 – Blasphemy
09 – Evil Spells
Formação:
David Vincent – baixo/ vocal
Trey Azagthoth – guitarra
Richard Brunelle – guitarra
Pete Sandoval – bateria
Muito bom!!!! A arte da capa do disco é uma mescla de “The Spaghetti Incident?” com a zona fantasma de Krypton, penso!!!!! Bons tempos dos primórdios da banda, brutal, seco e direto ao assunto…coisa que o sepultura fazia antigamente!!!! Som da banda dessa época que me lembra algo do Consuming Impulse do Pestilence, lançado na mesma época mais ou menos!!!!! “Altars of Madness”: Brutalidade, arte e riffs marcantes que esse album tem, valeu!!!!!