Nergal do Behemoth diz que “não entende” bandas como Avenged Sevenfold e Sleep Token
Em entrevista recente concedida ao programa australiano Metal On Tap, Nergal, vocalista e guitarrista do Behemoth, falou francamente sobre a cena metal/rock atual — e disparou contra bandas como Parkway Drive, Avenged Sevenfold e Sleep Token. Segundo ele, o estilo dessas bandas “não faz sentido” para ele.
“A lista de grandes bandas de rock de arena que eu admiro está diminuindo. Quer dizer, eu sei que o Parkway Drive provavelmente é uma banda de arena agora, mas isso não me diz nada. Eu não sei o que é Parkway Drive. Eu não sei o que é Avenged Sevenfold. Eu não sei o que — quem é Sleep Token? Não sou eu. Não está no meu DNA. Quer dizer, eu não entendo. Provavelmente é boa música. É tudo bem executado, com grandes produções e tal, mas quando esses gigantes deixarem a Terra, deixarem o palco, digamos assim — eu fico sozinho. Não há para onde ir.”
Para Nergal, o problema não está necessariamente na qualidade técnica ou produção dessas bandas. Ele reconhece que “provavelmente é música boa, bem tocada, com grandes produções”. O que o incomoda é a falta de conexão com a sua visão artística, enraizada no metal mais tradicional, extremo e visceral — com forte identidade de rebeldia, intensidade e “alma crua”.
Reflexão sobre a “era dos gigantes” do metal e o legado em risco
Nergal aproveitou a oportunidade para lamentar que muitas das grandes bandas do rock e metal de arena — como Metallica, Guns N’ Roses, Iron Maiden e AC/DC — estão perto do fim ou já encerraram suas carreiras.
Ele incentiva os fãs a aproveitarem as turnês dessas “lendas” enquanto ainda é possível:
“Toda vez que o Guns N’ Roses está na cidade, eu vou lá conferir. Com todas essas bandas icônicas, seja Guns, seja AC/DC, seja o maldito Metallica, Maiden, em primeiro lugar, eu sou fã da música delas. Coleciono os discos delas. Sempre fui fã dessas bandas, pelo que me lembro. E sempre digo para quem eu converso, cara, vai ver essas bandas. Compre ingressos e vá vê-las tocar, porque o tempo está voando. E num piscar de olhos o Metallica não vai mais existir, o maldito Maiden não vai mais existir. Você vai pensar: ‘Putz. Eu devia ter ido vê-los.'” Sim, com certeza você deveria. Então, sempre que essas bandas passam pela Polônia ou por qualquer outro lugar onde eu tenha a oportunidade, eu vou lá e aproveito ao máximo, porque essa era está chegando ao fim.”
Segundo Nergal, o número de “grandes bandas de arena” está diminuindo, o que torna cada apresentação histórica e potencialmente irrepetível.
Behemoth segue firme — com intensidade e autenticidade
Sobre o futuro do Behemoth, Nergal afirmou que a banda ainda tem força para continuar por uma década, desde que a saúde física e o vigor se mantenham. Ele garantiu que, nas próximas turnês (incluindo a que já passará pela América Latina em 2025), o grupo vai entregar shows intensos, com energia total e sem recorrer a saudosismos vazios — tratando o legado com respeito, mas sem depender dele.
Foto: Ian Dias
