Novos relatos contra Till Lindemann e equipe de doparem fãs para serem abusadas vem a tona. Caso inclui relato de brasileira

Na semana passada, o jornal Tag24, trouxe a tona o relato de Shelby Lynn, que evidenciava um caso ocorrido entre ela, Till Lindemann, vocalista do Rammstein e sua equipe, sobre terem dopado fãs na tentativa do cantor cometer abusos enquanto estavam em situação frágil.

Nesta sexta feira (2), a emissora de tv alemã NDR e o jornal Süddeutsche Zeitung trouxeram outros novos registros de algo que aparentemente, é sistemático e corriqueiro nos eventos que a banda participa.

O jornal trouxe capturas de conversas realizadas pelo Instagram e WhatsApp, que aconteceram com mais de 12 mulheres diferentes e que seguem um padrão. Perguntando se a fã estaria interessada em participar de uma festa com Till após o show. As interessadas deviam enviar algumas fotos, ou, seriam fotografadas e filmadas antes do evento, que tinha o nome de “fila zero”. A quem tivesse interesse, um espaço seria reservado bem próximo ao palco da banda. Havia também uma determinada forma que as participantes deviam se vestir.

Alguns dos relatos trazem uma de uma mulher que diz ter sido abordada no intuito de manter relações sexuais com Lindemann, e que em outro momento, bebidas e drogas eram servidas sem questionamento algum de idade das participantes das festas.

Outro relato traz a de uma mulher que teria sentido fortes dores ao ter relação com Till, chegando a sangrar, mas preferido não falar no momento, mesmo demonstrando a ele desconforto com a situação. Outra, diz que após beber o que lhe foi servido, acordou em um quarto de hotel com o vocalista por cima dela, sem entender a situação, e ele havia perguntado a ela se queria que ele parasse, segundo ela, sem saber ao que exatamente ele se referia e tendo perdido a consciência novamente. Na manhã seguinte ela acordou em outro hotel, após o encontro com Till na noite anterior, um produtor teria oferecido mais drogas a ela ainda sob efeito letárgico das bebidas.

Entre as novas declarações, está o de Monique Tavares, brasileira fundadora da Rock Channel Brasil, e que havia recebido a pulseira para a festa em duas ocasiões, uma no Brasil, na passagem do Rammstein pelo Maximus Festival em 2017, e em Rotterdam, em 2019. Na ocasião do Brasil, ela não participou, mas no segundo convite, ela esteve no local indicado para o vento, e lá ela descreve ter passado por experiência parecida com a relatada por Shelby, tendo recebido uma bebida que a fez sentir diversos sintomas e não condizente com a quantidade de álcool ingerida. O relato pode ser visto no vídeo gravado por ela abaixo.

Um poema escrito por Till Lindemann em 2020 tem sido compartilhado pelas redes sociais, onde ele diz:

“Eu gosto de dormir com você enquanto você dorme… Um pouco de Rophynol em uma taça de vinho / Você não consegue se mexer / E você dorme, é uma bênção”. 

Segundo o vocalista, isso nada mais seria do que uma história contada por um estuprador fictício e a sua visão do ato.

A editora Kiepenheuer & Witsch, que publicou os livros de Lindemann, In stillen Nächten  em 2013 e o livro 100 Gedichte em 2020, anunciou que não terá mais vínculo com o artista após as alegações e o uso de uma das edições em um vídeo erótico onde há “celebração da violência contra a mulher”. Em pronunciamento a editora disse:

“É com choque que acompanhamos as acusações públicas contra Till Lindemann nos últimos dias. Nossa simpatia e respeito vão para as mulheres afetadas.

No decorrer da reportagem atual, tomamos conhecimento de um vídeo pornô no qual Till Lindemann celebra a violência sexual contra mulheres e no qual o livro de 2013 In stillen Nächten publicado pela Kiepenheuer & Witsch desempenha um papel. Classificamos isso como violação grosseira de confiança e como um ato implacável em relação aos valores que representamos como editora.

Defendemos a liberdade da arte com plena convicção. Através de Till Lindemann que humilham as mulheres no pornô mencionado e o uso direcionado de nosso livro em um contexto pornográfico, a separação entre o ‘eu lírico’ e o autor/artista, que tanto defendemos, é ridicularizado pelo próprio autor.

Do nosso ponto de vista, Till Lindemann excede limites imutáveis ​​ao lidar com mulheres. Portanto, decidimos encerrar nossa colaboração com Till Lindemann com efeito imediato, pois nossa relação de confiança com o autor foi irremediavelmente quebrada.”

Até o momento, a banda só manteve uma única declaração, curta e sisuda sobre a denúncia feita por Shelby veja aqui. Ante as demais acusações, a banda não se pronunciou.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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