Nuno Bettencourt emociona ao chamar Ozzy Osbourne de “padrinho” e relata momentos íntimos da despedida

Em entrevista conduzida pela Page Six, durante o tributo a Ozzy Osbourne no MTV Video Music Awards de 2025, realizado em 7 de setembro, Nuno Bettencourt, guitarrista da banda Extreme, expressou o impacto profundo que Ozzy teve em sua vida e carreira — incluindo momentos pessoais marcantes que ocorreram no último concerto do ícone do metal. Ele diz:

“Escute, isso significa tudo, especialmente para o meu eu de 15 anos como guitarrista crescido ouvindo rock e metal. Ele foi um padrinho para nós.
Ele começou lá no início dos anos 70, e foi assim que o rock foi ficando cada vez mais pesado. E, por ele, pelo que fez com o Black Sabbath, e então sair de lá e ter toda outra carreira como Ozzy Osbourne, o artista solo, e depois virar uma estrela de reality show… esse cara afetou a cultura de uma forma e tocou todo mundo de tantas maneiras diferentes. Então, isso significa tudo.
Especialmente por ter participado [do concerto final do Ozzy] em Birmingham [no início de julho], subir ao palco e realmente conversar com ele e me despedir. A gente não sabia [que ele morreria tão logo depois] — quer dizer, sabíamos, mas não sabíamos. E isso foi realmente especial.”

Sobre sua relação com o icônico guitarrista Randy Rhoads e o caminho que o destino o levou a trilhar, ele acrescentou, de forma emocionada:

“Quando eu tinha 15 e o guitarrista dele, Randy Rhoads morreu num trágico acidente de avião em 1982 ou 1981, eu acreditava, com 14 anos, que ia substituí-lo. E teve um anúncio para enviar uma fita cassete. Então eu fiz — montei uma cassette aos 15, mandei. ‘Esse é meu show. Vou conseguir.’ Claro que não consegui. Ninguém me chamou.
Doze anos depois, estou abrindo show para o Aerosmith com o Extreme em Londres, e meu agente está chegando. [Ele disse], ‘Sharon [esposa e empresária do Ozzy] acabou de ligar. Ozzy te quer. Ele quer que você esteja na banda.’ Isso foi em 1995, ’96. E eu disse não. Estava numa banda que estava começando com o Extreme e tínhamos hits.
Mas as últimas palavras que trocamos quando tiramos a grande foto em grupo [no ‘Back To The Beginning’] e eu estava aos pés dele, agarrei sua mão dizendo, ‘Obrigado por tudo e obrigado, Ozzy, por tudo que você significa pra mim.’ E ele me puxa pela mão e diz, ‘Você foi o único guitarrista que disse não pra mim.’ Mas ele riu. Ele diz, ‘Eu te amo.’ E ele ri. Ele diz, ‘Obrigado por estar aqui’ para honrá-lo. E eu fiquei tipo, ‘Obrigado.’ Eu disse, ‘Obrigado por tudo.’”

Falando sobre o clima entre os músicos reunidos no festival Back To The Beginning, Nuno descreveu:

“Sabe o que realmente, realmente, realmente me impressionou? Quando você reúne Guns N’ Roses e Metallica — as maiores bandas do mundo — para fazer algo… Eu já participei dessas coisas antes, tributos, e sempre é aquela coisa de ego, eles são estrelas do rock. De repente, cada membro de cada banda está no mesmo quarto. Foi como um acampamento de verão de heavy metal.
Todos fomos um bando de crianças de novo, porque Ozzy era tipo nosso pai ou nosso padrinho, tipo, ‘Comportem-se.’ Mas todo mundo deixou o ego de lado. Foi um festival de abraços. Tinha tanto amor, você podia sentir isso naquele palco. Ninguém reclamava e todo mundo estava apenas ajudando um ao outro e apoiando um ao outro. Estou nisso há 40 anos. Nunca vi isso em uma turnê em nenhum outro lugar, onde todo mundo era tipo uma comunidade grande e uma grande família do rock. E é isso que Ozzy faz com todos nós.”

Nuno se apresentou durante o VMA tocando a música “Crazy Train” junto a Yungblud.