O aviso de Sharon Osbourne a Jake E. Lee para não parecer o Metallica

O ex-guitarrista de Ozzy Osbourne, Jake E. Lee, compartilhou recentemente memórias reveladoras sobre as rígidas diretrizes de vestimenta impostas por Sharon Osbourne – e sua própria admiração pela autenticidade visceral que o Metallica trouxe aos palcos. Essas declarações foram feitas em uma entrevista ao site BraveWords.

Ao ser questionado sobre o que achou ao descobrir que o Metallica estaria abrindo par os shows de Ozzy, Lee respondeu:

“Não, eu sabia quem era o Metallica. Mas eles eram diferentes. Gostei muito. Especialmente com o Cliff (Burton) – nada contra os outros baixistas –, mas havia mágica.”
“Fico feliz por ter assistido a tantas apresentações com o Cliff. Eles eram pesadíssimos.”

Ele destacou ainda a energia crua da banda, em marcante contraste com a teatralidade da turnê Ultimate Sin, da qual participava.

“Eles estavam furiosos, não havia nada polido ou bonitinho neles. Achei isso incrível. Principalmente naquela turnê do Ultimate Sin. Foi aí que tivemos que nos vestir de um jeito específico, sabe?”

Lee recordou com desconforto as vestimentas exageradas exigidas:

“Ozzy usava uma roupa com ombreiras grandes e douradas brilhantes, e tinha um cara que fazia roupa para todo mundo. Você não podia se vestir sozinho se estivesse com o Ozzy. Não naquela época.”
“Então tinha que ir ao estilista e dizer o que queria. Lembro de ver a roupa do Ozzy, a dos baixistas, e pensei: ‘Caramba, se eu tiver que usar essa droga, pode ao menos amenizar?’ Quero dizer, a maioria das minhas roupas é preta e branca, sem glitter. E ainda assim me senti desconfortável.” 

Ele também relatou a orientação específica dada por Sharon sobre a aparência no palco:

“E lembro de uma das coisas que a Sharon dizia: ‘Você não pode se vestir como o público. Você não pode estar no palco e parecer que poderia estar na primeira fila.’ Quando entrei, ela me disse isso.”
“Lembrei disso, mas não achei que precisássemos ir tão longe. E adoro que o Metallica aparecia só de jeans e camiseta e arrasava. Achei isso sensacional. Tinha uma pegada punk.” 

Essa lembrança de Lee pinta um retrato fascinante de uma era em que o heavy metal transitava de espetáculos teatrais para uma autenticidade direta – com o visual glamoroso de Ozzy contrastando com a simplicidade agressiva que Metallica trazia aos shows.

O histórico de Lee com Ozzy é notável: ele substituiu Randy Rhoads por volta de 1982 e participou dos álbuns Bark at the Moon (1983) e The Ultimate Sin (1986). A turnê Ultimate Sin não apenas destacou essas diferenças estéticas, mas marcou um momento crucial na evolução do metal – com Metallica abrindo e oferecendo uma estética despudorada, que contrastava com o estilo já estabelecido de Ozzy.

Após seu período com Ozzy, Lee retornou com sua banda, Red Dragon Cartel, a partir de 2013.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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