O disco do Dream Theater com temas mais pesados e sombrios segundo Mike Portnoy

O Dream Theater se juntou novamente a Mike Portnoy no ano passado, mas antes de sua partida, que resultou em uma separação em mais de uma década.

Porém, no período que antecedeu algo que ninguém esperava e pegou a todos de surpresa ao pensar em uma separação de Portnoy e o seu “bebê”, como ele costumava chamar a banda, eles lançaram o seu então derradeiro trabalho conjunto, o disco “Black Clouds & Silver Linings“.

Em entrevista ao Songfacts, poucos meses antes de anunciar sua saída do DT para trabalhar junto ao Avenged Sevenfold, Portnoy falou sobre a sua visão para o disco:

Sempre temos algumas músicas que tratam de temas pesados, mas não necessariamente um álbum inteiro. Nesse álbum em particular, pelo fato de haver apenas seis músicas, porque as durações eram muito longas, isso significava que haveria apenas seis assuntos. Normalmente, se temos mais músicas no álbum, poderemos abordar mais temas líricos. Mas com apenas seis músicas, é inevitável que os temas sejam pesados. E as duas músicas cujas letras eu mais gosto, ‘The Best of Times’ e ‘The Shattered Fortress’, são temas pessoais sérios e pesados. E, você sabe, essa é uma das razões pelas quais o título do álbum surgiu, ‘Black Clouds & Silver Linings’. O título meio que resume o assunto das letras: temas pesados, sombrios e pessoais, mas toda nuvem tem um lado bom. E você pode olhar para qualquer situação, encontrar algum otimismo e algo com que aprender e crescer“.

O disco traz música como “A Nightmare to Remember“, que incorpora elementos do gótico e o metal extremo, com ares de Dimmu Borgir e Nightwish, e narra um acidente de carro visto por John Petrucci. Também traz “The Best of Times” e “The Shattered Fortress“, temas pessoais de Mike, sendo a primeira, sobre a perda do pai que lutava contra um câncer durante o período de gravação do disco, tendo inclusive uma versão da música cantada pelo próprio Portnoy, e a segunda, encerra a sua “saga da cachaça”. Ele relembra:

Meu pai estava lutando contra o câncer durante a produção de todo o disco. Portanto, era algo que fazia parte da minha vida e eu estava passando por isso durante a produção do disco. Infelizmente, ele faleceu antes de o disco ser concluído. Mas eu queria escrever uma música que fosse um tributo à nossa vida juntos. Não queria me concentrar nos seis meses de luta contra o câncer e na morte, mas sim nos 41 anos de bons momentos que tivemos antes disso. Escrevi essa música como um tributo a ele e, felizmente, pude tocá-la para ele antes de sua morte. Eu tinha uma versão cantada por mim e a toquei para ele em seu leito, de mãos dadas, e choramos. Foi uma das experiências mais emocionantes de minha vida, mas algo pelo qual serei eternamente grato. Sabe, muitas vezes as pessoas escrevem músicas para seus entes queridos depois que eles morrem. Mas foi um grande presente poder fazer isso antes de ele falecer e compartilhá-la com ele.

O Dream Theater vem ao Brasil em dezembro, a primeira passagem do grupo pelo país desde o retorno de Mike Portnoy ao posto de baterista. Os ingressos ainda estão disponíveis para os os shows que acontecem em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba e você pode os adquirir aqui.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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