O “dueto proibido” entre Ozzy Osbourne e Madonna
Em 1992, o grupo americano Was (Not Was) lançou a faixa “Shake Your Head”, uma das colaborações mais curiosas — e inicialmente polêmicas — da história da música pop e rock. A canção traz Ozzy Osbourne nos vocais principais e, em sua versão original, contava com Madonna dividindo o microfone. Porém, a participação da Rainha do Pop foi removida da versão final, gerando controvérsia e mistério em torno da música por muitos anos.
“Shake Your Head” é, na verdade, uma releitura de uma faixa originalmente gravada em 1983, que já contava com os vocais de Ozzy, mas que na época não teve grande repercussão. No relançamento de 1992, o grupo resolveu apostar em uma nova roupagem mais dançante e moderna, e regravou a faixa convidando Madonna para cantar os versos femininos. O detalhe é que ela teria gravado seus vocais antes mesmo de estourar mundialmente — e, quando já era uma superestrela, não autorizou o uso de sua voz na versão oficial.
Com isso, a versão lançada no álbum “Hello Dad… I’m in Jail” e no single substituiu os vocais de Madonna pelos da modelo e atriz Kim Basinger, que também aparece no videoclipe promocional da faixa. Ainda assim, a gravação original com Madonna vazou anos depois e se tornou item de colecionador, sendo amplamente compartilhada por fãs e arqueólogos da música pop e do rock.
O resultado final é uma mistura divertida e bizarra: Ozzy Osbourne soltando frases como “you can’t wash your hair and you can’t comb your teeth”, em contraste com batidas eletrônicas, vocais femininos sensuais e uma produção que flerta com o pop alternativo, o rock excêntrico e a música de pista. A faixa se tornou um hit moderado no Reino Unido, chegando ao Top 10 em 1992, mas é lembrada hoje principalmente pela combinação surreal de nomes envolvidos.
“Shake Your Head” é um daqueles momentos em que o absurdo vira arte — um cruzamento entre o rock teatral de Ozzy Osbourne, o pop provocador de Madonna e a inventividade dançante do Was (Not Was). Um relicário da cultura musical dos anos 90 que vale ser redescoberto — nem que seja só para ouvir o Príncipe das Trevas cantar sobre… secadores de cabelo.