Ozzy Osbourne: 30 anos de “Ozzmosis”

Há 30 anos, em 23 de outubro de 1995, Ozzy Osbourne lançava “Ozzmosis“, o sétimo álbum que o madman lançava em sua carreira solo, naquele momento muito bem estabilizada. Esse play é tema do nosso bate-papo desta quinta-feira.

Precisamos voltar no tempo, mais precisamente, três anos. No final de 1992, Ozzy encerrava a turnê do seu álbum antecessor, o multiplatinado “No More Tears“, que surpreendeu a todos na última apresentação, na Califórnia, quando uma aparição “surpresa”, dos quatro membros originais do Black Sabbath, que tocaram 4 canções: “Black Sabbath”, “Fairies Wear Boots”, “Iron Man” e “Paranoid”. Então o madman se declarou aposentado. Muitos não acreditaram nessa aposentadoria e acertaram, pois ela foi bem breve e talvez não tenha passado apenas de um ano sabático que o frontman precisava.

Porque em 1994 ele já estava de volta e escrevendo músicas com ninguém menos que Steve Vai. Porém, o guitarrista abandonou o projeto, por suposto desentendimento com Ozzy, que chamou seu velho e fiel escudeiro, Zakk Wylde. De todas as músicas escritas em parceria com Steve Vai, apenas “My Little Man” foi mantida e acabou entrando no disco. Bob Daisley também chegou a participar das primeiras sessões, juntamente com Steve Vai e também saiu, por divergir do madman.

Para completar o time, Ozzy chamou Geezer Butler e o baterista Deen Castronovo. “Ozzmosis” é o único disco solo de Ozzy a contar com seu ex-companheiro de Black Sabbath e o primeiro que ambos gravaram desde “Never Say Die!“, no ano de 1978. Rick Wakerman gravou os teclados nas faixas “Perry Mason” e “I Just Want You“. Mas antes de juntar esse time todo, o álbum chegou a ser gravado com Mike Inez no baixo e Randy Castillo na bateria e o produtor Michael Wagener, o mesmo que produziu “No More Tears“. Mas a Epic sugeriu a mudança na sonoridade e a troca de produtores.

Ozzy queria que o álbum novo soasse como o anterior, mas a Epic estava de olho em um direcionamento musical diferente. Então Michael Wagener foi trocado por Michael Beinhorn e a formação também sofreu alterações. O álbum foi gravado entre o final de 1994 e o primeiro semestre de 1995, em três estúdios: o Guillaume Tell, em Paris, no Right Track Recording e no Bearsville Studios, ambos em Nova Iorque.

Se em “No More Tears“, Ozzy contou principalmente com a participação de Lemmy Kilmister compondo boa parte das canções, essa parceria se repetiu em nosso trintão. Entretanto, Lemmy contribuiu apenas com a música “See You on the Other Side“. 

O álbum é composto por dez canções em 56 minutos. Apesar de ser um dos álbuns menos aclamados da carreira solo do madman, está longe de ser o pior álbum de Rock. É bem diferente, de difícil compreensão, mas temos bons momentos, como nas faixas “Perry Mason“, “I Just Want You” e “See You on the Other Side“, que fizeram muito sucesso, principalmente aqui no Brasil, nas rádios Rock. Mas o resultado não agradou muito ao madman, como ele próprio admitiu, em entrevista concedida no ano de 2001:

“Depois de fazer Ozzmosis com a produção de Michael Beinhorn, eu não me importava se nunca mais fizesse outro álbum. Haveria esses malditos jogos mentais. Ele me faria cantar o dia todo, e então eu ‘ completava três quartos e dizia: ‘Sua voz parece cansada. Vamos continuar amanhã.’ E eu sabia que no dia seguinte ele diria: ‘Sua voz mudou. Vamos começar de novo.”

Nos charts, “Ozzmosis” teve uma aparição discreta, principalmente se comparado ao anterior: 4° na “Billboard 200” e na Suécia, 7° no Canadá, 9° na Finlândia, 22° no Reino Unido, 24° na Noruega, 30° na Alemanha, 37° na Suíça e 50° na Austrália. O álbum recebeu certificação de Ouro no Japão, Platina no Canadá e Duplo Platina nos Estados Unidos. Passou quase despercebido, principalmente por se tratar de um álbum que representava o retorno da aposentadoria de Ozzy.

Para a turnê, Ozzy caiu na estrada, com uma única mudança na formação: Zakk Wylde, que estava ocupado com seu projeto, Pride & Glory, além de estar negociando uma ida ao Guns N’ Roses (o que acabou não acontecendo), foi substituído por Joe Holmes e a turnê teve início em agosto, no México.

Em 02 de setembro de 1995, Ozzy foi o headliner da segunda edição brasileira do Monsters of Rock, em noite que teve também as participações de Alice Cooper, Faith no More, Megadeth, Therapy?, Paradise Lost, Virna Lisi, Rata Blanca e Clawfinger. A turnê que ganhou o mesmo nome da turnê de despedida, “Retirement Sucks“, seguiu por mais alguns anos, com a criação do Ozzfest, seu festival itinerante e algumas mudanças na formação também aconteceram ao longo do tempo: Geezer Butler deu lugar à Rob Trujillo e Deen Castronovo deu lugar à Mike Bordin.

Hoje é dia de celebrar não só esse play, mas também a vida e obra de Ozzy Osbourne, que há três meses não está mais entre nós e não pôde ver uma de suas obras chegar aos 30 anos de existência. Ele se despediu dos palcos dezessete dias antes de partir, no “Back to the Beginning“. O legado de Ozzy está aí e será lembrado por nós para sempre.

Ozzmosis – Ozzy Osbourne
Data de lançamento – 23/10/1995
Gravadora – Epic

Faixas:
01 – Perry Mason
02 – I Just Want You
03 – Ghost Behind my Eyes
04 – Thunder Underground
05 – See You on the Other Side
06 – Tomorrow
07 – Denial
08 – My Little Man
09 – My Jeckyl Doesn’t Hide
10 – Old L.A. Tonight

Formação:
Ozzy Osbourne – vocal
Zakk Wylde – guitarra
Geezer Butler – baixo
Deen Castronovo – bateria
Rick Wakerman – teclado

Participação especial:
Michael Beinhorn – teclado

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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