Paul Mazurkiewicz reflete sobre mudança de vocalista no Cannibal Corpse nos anos 90 e diz:”temos um melhor”

Em 1995, já se via o Cannibal Corpse como uma das maiores forças do death metal, e eis que nesse ponto, a banda tem uma troca significativa. Saía dos vocais, Chris Barnes, e chegava George “Corpsegrinder” Fischer.

Em uma entrevista recente com o Pod Scum, o baterista Paul Mazurkiewicz comentou os motivos que levaram a acontecer a mudança, visando uma busca de sonoridade mais “trabalhada” e dinâmica. Ele diz:

É uma loucura pensar que fizemos isso. E aqui estamos maiores do que nunca. É difícil de conseguir. A era inicial, a ‘ era Barnes’, como acho que todo mundo chama, é o começo da banda; foi o que obviamente nos iniciou e como chegamos ao mundo e tudo. E estávamos indo muito bem. Subimos a escada aqui. Estamos nos movendo. Somos uma força a ser reconhecida agora. Portanto, mudar um cantor no meio disso parece um pouco louco, mas tinha que acontecer. Você olha para trás agora, e todos nós obviamente sentimos que melhoramos a banda; George é apenas um vocalista melhor no geral. E nós avançamos. E aqui estamos – Caramba, Barnes está fora da banda há quanto tempo? 25 anos ou mais. Mas ambas as épocas significam algo, é claro. Esse é o começo da banda, então você vai pegar aqueles puristas que vão dizer, ‘Eu amo aquela época mais porque…’ Ok – tanto faz. Eu não tenho nenhum problema com isso. É o que é. Ele fazia parte da banda e nos demos bem; não era como se ele não fosse nada ou nada estivesse acontecendo naquele tempo … Foi uma grande coisa para lidar e, felizmente, fomos capazes de perseverar e superar isso e sermos maiores do que nunca.

Sempre será debatido, eu acho; haverá pessoas falando sobre isso. Mas essa é a história da banda. Quer você goste ou não, quer gostemos ou não, não importa. Ele faz parte da história do Cannibal, e qualquer membro que estava na banda está. Se não fosse por ele, eu acho, os cinco membros originais, bem, então a banda talvez nunca tivesse existido. Então foi uma era importante e não pode ser esquecido e o significado da banda original e o início do Cannibal Corpse. É legal poder falar sobre isso – uma história legal que talvez muitas bandas não seriam capazes de sobreviver. E felizmente nós fomos capazes de sobreviver e, como eu disse, fazer melhor do que jamais pensamos que teríamos, eu acho, por ter George na banda.

Algo que os fãs de música pesada esperam ver há anos, é uma união das duas bandas, Cannibal Corpse e o Six Feet Under, que Barnes idealizou após deixar o primeiro grupo. Anos atrás, o vocalista falou sobre essa possibilidadde:

Isso seria difícil de montar, meu amigo. Você não teria nenhum problema do meu lado, mas não acho que outras pessoas concordariam com isso.

Não acho que haja animosidade entre nós. Acho que está apenas protegendo os sentimentos das outras pessoas. Acho que todo mundo sabe certas coisas sobre tudo e gostaria de ver as coisas de uma certa maneira, e isso não é retratar as coisas de uma certa maneira que eles gostariam de retratá-las. Então… estou sendo muito geral e tentando ser diplomático sobre isso.

Barnes também falou sobre as circunstâncias por trás de sua saída do Cannibal Corpse:

Eu simplesmente não gostava de estar perto deles, porque estava sendo ridicularizado e simplesmente não me sentia confortável em estar na mesma sala com pessoas que não eram muito legais comigo pessoalmente. E eu fazia parte disso também, então tínhamos todo o nosso tipo de diferenças, pessoalmente, e não acho que seria possível resolver. Você sabe, o respeito mútuo vai longe quando se trata de estar perto de pessoas.”

Tenho certeza de que faríamos as coisas de maneira diferente hoje – quero dizer, eu sei que faríamos. É assim que as coisas funcionaram. E eu não tenho nenhuma animosidade em relação a esses caras, e eu não acho que eles tenham comigo. É só que… Seria muito confuso para as coisas se fôssemos fazer uma turnê juntos, eu acho, da perspectiva deles.”

Barnes acrescenta: “Eu faria qualquer coisa. Eu só gosto de ver muitas pessoas com sorrisos no rosto; essa é a única coisa que é importante para mim, cara. Sério, se eu vejo uma grande multidão de pessoas que todo mundo está sorrindo, tipo, ‘Oh, sim! Isso é o que estávamos esperando’, estou pronto então, cara. Se eu vir uma pequena sala de pessoas que estão prontas para curtir, cara, é só me fazer subir no palco, você sabe. E é para isso que estou lá – esse sentimento, esse compartilhamento de energia, cara. E eu vou fazer de qualquer maneira para conseguir isso da maneira que puder com qualquer pessoa que puder. E se isso significa um fim, isso é tudo que é importante, cara – essa transferência. E algumas pessoas simplesmente não veem dessa forma, cara, e isso é legal.

Eu não vou ser mau com ninguém, e nunca quis ser. Eu sou minha própria pessoa, e às vezes sou culpado por isso, e acho que todos nós somos do nosso próprio jeito. E isso é apenas vida; essas são as coisas com as quais lidamos como pessoas.”

A participação completa de Paul pode ser vista abaixo.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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