Programa de Jimmy Kimmel é suspenso após comentários sobre Charlie Kirk
A emissora ABC, pertencente ao conglomerado Disney, anunciou a suspensão indefinida do talk show noturno “Jimmy Kimmel Live“, conduzido pelo comediante de 57 anos, em meio a uma polêmica envolvendo seus comentários sobre o caso do suposto assassino de Charlie Kirk.
Um porta-voz da ABC comunicou que o programa será interrompido sem uma previsão de retorno, mas não forneceu maiores esclarecimentos. Até o momento da publicação, os representantes de Jimmy Kimmel não haviam respondido ao pedido de comentários.
A decisão foi divulgada de forma repentina na noite de quarta-feira (17) e seguiu após a Nexstar, uma das grandes operadoras afiliadas da ABC, declarar que não transmitiria mais o programa em seus canais no futuro próximo. A operadora expressou veementemente sua desaprovação em relação aos comentários de Kimmel sobre o assassinato de Kirk, e decidiu substituir a atração por outra programação.
Durante seu monólogo na segunda-feira (15), Kimmel fez críticas à tentativa do movimento MAGA (Make America Great Again) de isentar o suspeito Tyler Robinson de qualquer associação com o movimento. O apresentador afirmou que o grupo estava tentando “desvincular” Robinson de sua base e utilizava o caso para fins políticos. “A gangue MAGA está tentando desesperadamente transformar esse jovem, acusado de matar Charlie Kirk, em qualquer outra coisa que não seja um de seus apoiadores”, comentou Kimmel. “Entre as alegações, estava o luto.”
Essas declarações provocaram uma reação feroz de figuras políticas, como Brendan Carr, presidente da FCC (Comissão Federal de Comunicações). Carr chamou os comentários de Kimmel de “extremamente doentios” e sugeriu que a FCC poderia tomar medidas para revogar as licenças das afiliadas da ABC, forçando a Disney a punir o apresentador. “Podemos agir de uma maneira simples ou difícil”, disse Carr, apontando que as emissoras devem operar de acordo com o interesse público, uma obrigação associada à sua licença.
Em seguida, Carr criticou Kimmel, acusando-o de ser “sem talento” e sugerindo que ele fazia tais declarações por uma “necessidade desesperada de relevância”. A ABC e a Disney não se pronunciaram até o momento sobre essas declarações.
Este não foi o primeiro ataque de Carr à ABC. Em julho, ele já havia criticado o talk show “The View”, da emissora, por causa das declarações da apresentadora Joy Behar sobre o presidente Donald Trump, sugerindo que a administração Trump estava mirando o programa.
Por outro lado, Anna Gomez, a única comissária democrata da FCC, defendeu a liberdade de expressão, afirmando que a violência política nunca deve ser usada como pretexto para justificar censura. “Renunciar à liberdade de falar é permitir que o poder político defina os limites do debate, o que é uma ameaça à sociedade livre”, escreveu ela no X (antigo Twitter).
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump comemorou a retirada do programa do ar, escrevendo:
“Ótimas notícias para os Estados Unidos: o programa de Jimmy Kimmel, que desafiava a audiência, foi CANCELADO. Parabéns à ABC por finalmente ter a coragem de fazer o que precisava ser feito. Kimmel não tem NENHUM talento e tem audiência pior que a do Colbert, se é que isso é possível. Isso deixa Jimmy e Seth, dois completos perdedores, na NBC de Fake News. A audiência deles também é horrível. Façam isso, NBC!!! Presidente DJT”
Além disso, o Center for American Rights, conhecido por suas denúncias de parcialidade contra grandes redes como NBC, ABC e CBS, protocolou uma queixa na FCC contra Kimmel. A organização argumentou que, mesmo que Kimmel estivesse fazendo sátira ou comédia, seus comentários não se alinhavam aos padrões de interesse público exigidos pela rede. “As afiliadas da ABC precisam responsabilizar a rede por transmitir material que não respeita os padrões que lhes são exigidos”, afirmou Daniel Suhr, presidente do Center for American Rights.
Kimmel também tem sido alvo constante de críticas de figuras do campo conservador, especialmente do ex-presidente Donald Trump. Após o cancelamento do talk show de Stephen Colbert na CBS, Trump sugeriu que Jimmy Kimmel seria o próximo alvo a ser retirado do ar, devido ao seu conteúdo. Embora Trump ainda não tenha se pronunciado sobre a suspensão de Kimmel, a conta oficial da Casa Branca no Truth Social comemorou a decisão, chamando o apresentador de “maníaco doente” e afirmando que a decisão era um “favor aos telespectadores”.