Punk e Grunge se misturam em mais um domingo de Rock no Rio
Texto: Tarcísio Chagas
Fotos: Paty Sigiliano
Fotos: Paty Sigiliano
O rock não para e após o super show do MachineHead (resenha aqui), eis que vim cobrir mais um evento no Rio de Janeiro. É, as coisas parecem estar melhorando em termos de shows para o pessoal roqueiro carioca e dessa vez tivemos muito hardcore, punk e grunge na área boêmia da cidade, mais especificamente na Saúde, tradicional bairro situado na área central da cidade.
A casa de eventos Sacadura 154 é nada mais do que a antiga boate The Week repaginada para shows e olha, parece perfeita para isso. Bem espaçosa e com vários ambientes, digo sem medo que esse lugar veio para ficar, assim eu espero.
MUKEKA DI RATO
Dando início aos trabalhos, os veteranos do Mukeka Di Rato vieram com tudo com suas músicas de curta duração e muito hardcore na veia, o que agradou ao público que cantou várias músicas no curto set-list dos capixabas.
Em algumas músicas, os caras tiveram a manha inclusive de colocar umas passagens de reggae e me agradou até por ser fã do estilo jamaicano, mas não se enganem, o que vimos foi uma banda muito fiel a raiz punk/hardcore como na sensacional “Rinha De Magnata“.
Escutem seu último lançamento, o autoexplicativo “Boiada Suicida” lançado ano passado e entendam mais o recado político dos caras. Ótimo começo, meus amigos
L7
Eu e a maioria estávamos esperando que o L7 fosse fechar a noite, mas por algum motivo que não consegui levantar, o quarteto feminino foi a segunda banda da noite.
Há exatos 30 anos, tive o prazer de assisti-las na Praça da Apoteose no auge da carreira no fatídico 23 de janeiro de 1993 ao lado do Nirvana que fez um show deplorável, diga-se de passagem. Me lembro disso e de uma dor de dente absurda que tive ao longo do dia, só que ao contrário dos pais do grunge, elas fizeram um show memorável, então a minha expectativa era alta.
O começo foi incrível com a trinca “Deathwish”, “Andres” e o hit da época da Mtv Brasil “Everglade” cantada pela baixista e figuraça Jennifer Finch que tocou descalça e sem parar um minuto e com destaque para a Dee Plakas que no melhor estilo lenhadora, meteu a porrada sem dó nas peles da sua bateria.
A partir daí que começaram alguns problemas para mim e somente na minha ótica mesmo, porque a maioria estava curtindo muito, mas achei o set-list um pouco morno. Como disse, o público reagiu muito bem, mas achei 1h40 de show um pouco extenso.
Tirando as clássicas “Monster” e seu sucesso supremo em “Pretend We’re Dead“, presenciei uma banda cheia de gás, mas incapaz de me emocionar. Sorry, but that’s the facts, people. Continuo respeitando solenemente toda história do L7, só que hoje não houve essa sinergia com o Tio Tatá.
BLACK FLAG
Com a casa lotada, o longevo Black Flag e sua enésima formação com o vocalista Mike Vallely e seu guitarrista e líder Greg Ginn na linha de frente, prometia tocar seu álbum “My War” (1984), seu maior clássico ainda com o vocalista e figura pública Henry Rollins, além de seus maiores sucessos e no pouco tempo que estive presente, não consegui entender a proposta dos americanos.
Acometido por dores nas pernas decorrido por um problema circulatório, só pude presenciar algumas músicas como a faixa-título, “Beat My Head Against The Wall” entre poucas outras, precisei me retirar para me medicar em casa, mas muito provavelmente seguiria com essas minhas primeiras impressões.
Em geral, valeu a pena e, principalmente, me certificar que temos uma casa de estruturada e de médio porte na cidade do Rio de Janeiro e que ficou completamente lotada. Parece que dias melhores estão por vir…
O nosso agradecimento a OnStage Agência, especificamente a Filipe Barcellos e a incansável Nathalia Ferreira pela cortesia e credenciamento.