Queen: 50 anos do clássico “A Night at the Opera”
Há 50 anos, em 21 de novembro de 1975, o Queen lançava seu álbum mais icônico: “A Night at the Opera“, o disco de número 4 da discografia do quarteto britânico e que é assunto do nosso bate-papo desta sexta-feira.
“A Night at the Opera” é o disco que deu a notoriedade mundial que fez o Queen se consagrar de vez no mundo da música. Neste play, o quarteto resolveu apostar em diferentes sonoridades, usando muito do piano e também agregando outros instrumentos que não são tão habituais no Rock e com os quais a banda jamais havia trabalhado. E isso dá um resultado único, com músicas que viajam pelo Hard Rock, com influências de Led Zeppelin e The Beatles, combinadas a outras com flertes com blues, country e até mesmo jazz.
Neste álbum, os membros resolveram gravar suas partes separadamente, em diferentes estúdios. Eles ficaram entre os meses de agosto e novembro de 1975 nos estúdios Trident, Olympic, Rockfield, Lansdowne, Sarm Easten, Roundhouse e no Scorpio Sound. Roy Thomas Baker assinou a produção, juntamente com a própria banda. O disco apesar de ter sido lançado na Europa neste 21 de novembro, na América, ele só conheceu a luz do dia em 2 de dezembro. Na Europa, o lançamento foi pela EMI, enquanto que na América, o álbum foi distribuído pela Elektra.
A grande sacada do Queen aqui foi a música que se tornaria o maior clássico da banda: “Bohemian Rhapsody“, seria o maior música que tem mistura de ópera com Rock mais pesado, foi a escolhida por eles para que fosse o single e isso travou uma quebra de braço com a gravadora que não queria essa música, por não acreditar no sucesso dela. Pois não só a música foi um sucesso como hoje é a principal música do Queen. Freddie Mercury deu uma entrevista em 1975 falando sobre a música. Aspas para o maior vocalista da história do Rock:
“É uma daquelas músicas que possui um sentimento de fantasia. Eu acho que as pessoas deveriam apenas ouví-la, pensar sobre ela, e então refletir sobre o que ela tenta lhes dizer… “Bohemian Rhapsody” não surgiu do nada. Eu pesquisei um pouco, apesar de ser uma brincadeira que zomba da ópera. Por que não?”
Disco gravado, impasse com a gravadora resolvido e “Bohemian Rhapsody” foi de fato o primeiro single do disco. Como foi bem ilustrado no filme homônimo de 2018, a gravadora foi até o final na intenção de não lançar a música como single, mas o tempo mostrou que eles estavam certíssimos em suas convicções.
Bolacha rolando, temos um belíssimo álbum de Rock, onde outras vertentes como o Blues, Jazz e o que temos é um álbum rico musicalmente. São doze músicas em breves 43 minutos, com destaque para o maior hino da banda, a já citada “Bohemian Rhapsody“, “You’re my Best Friend“, que fizeram um sucesso enorme, “39“, que ganhou uma homenagem da banda brasileira Hangar, em seu álbum “Infallible“, lançado em 2009, além, obviamente, de “Love of my Life“, que fez um sucesso estrondoso e foi eternizada dez anos mais tarde quando todo o público presente no Rock in Rio cantou a música enquanto Freddie Mercury a tocava no piano, uma cena linda.
“A Night at the Opera” foi um sucesso retumbante e instantâneo no país natal da banda: mesmo tendo sido lançado já próximo ao final daquele ano de 1975, o disco chegou a ser o 12° mais vendido. A faixa “Bohemian Rhapsody” foi sucesso, tendo alcançado o topo nas paradas britânicas por 9 semanas consecutivas e na “Billboard“, chegou a 9ª posição. As vendas se multiplicaram, o disco foi certificado com Ouro na Áustria, Finlândia e Japão; na Alemanha, Argentina e Reino Unido e Canadá, levou o Disco de Platina; na Polônia foi Duplo Platina e Triplo Platina nos Estados Unidos.
Nos charts, o álbum alcançou o topo na Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido e Países Baixos, 2º no Canadá, 4° na “Billboard 200” e na Noruega, 5° na Alemanha; no Japão e na Áustria, alcançou o 9º lugar; 16° na França, 23° em Portugal, 55° na Espanha, 88° na Bélgica e 1º em nossos corações. São números que não devem ser desprezados. Tudo isso nos tempos em que as pessoas consumiam discos e não havia essa facilidade do streaming que causa também preguiça de se escutar um álbum por inteiro.
Mais do que uma banda de Rock, o Queen é uma instituição. Mais do que simplesmente um disco de Rock, “A Night at the Opera” é um patrimônio que deveria ser tombado pela UNESCO. Mas é tombado por nós aqui e eternizado. Um disco que envelhece cada vez melhor e que é extremamente importante na formação de pessoas. Esse é outro álbum que deveria ser ensinado nas escolas. Vamos celebrar o mais novo cinquentão do Rock.
A Night at the Opera – Queen
Data de lançamento – 21/11/1975
Gravadora – EMI
Faixas:
01 – Death on Two Legs (Dedicated to…)
02 – Lazy on a Sunday Afternoon
03 – I’m in Love With my Car
04 – You’re my Best Friend
05 – 39
06 – Sweet Lady
07- Seaside Rendezvous
08 – The Prophet’s’ Song
09 – Love of my Life
10 – Good Company
11- Bohemian Rhapsody
12- God Save the Queen
Formação:
Freddie Mercury – vocal/ piano
Brian May – guitarra/ violão/vocal/backing vocal/ koto/ ukulele/ harpa
Roger Taylor – bateria/gongo/tímpano/pandeiro/ vocal/ efeitos de guitarra/ backing vocal
John Deacon – baixo/ piano
