Queensryche: 35 anos do álbum “Empire”
Há 35 anos, em 4 de setembro de 1990, o Queensryche lançava “Empire“, o quarto álbum da banda de Prog Metal de Seattle, que fez muito sucesso com o público antes mesmo de o movimento Grunge emergir, e o play é tema do nosso bate-papo desta quinta-feira.
Após o lançamento de “Operation: Mindcrime“, a grande obra-prima da carreira da banda, as atenções se voltaram para a próxima produção do Queensryche, que voltou a se juntar ao produtor Peter Collins e todos foram para o Vancouver Studios, no Canadá, onde todas as faixas foram gravadas no primeiro semestre de 1990. A única exceção foi a faixa-título, gravada no Triad Studios, em Redmond.
O produtor criou uma rotina e insistiu para que todos os músicos levassem ao pé da letra. Eles ficavam no estúdio entre as 10 da manhã e 11 da noite, sete dias por semana. Nesta rotina, Peter Collins tinha dado dois intervalos para a banda fazer suas refeições e descansar um pouco entre as gravações. Eles tinham liberdade para se divertir depois do horário estabelecido para as gravações e em muitas oportunidades eles saíram para curtir a noite canadense, sendo sempre pontuais na manhã seguinte.
O ex-vocalista Geoff Tate relembrou em entrevista como surgiram as ideias para a criação da grande obra comercial do Queensryche. Segundo ele, seu companheiro Chris DeGarmo foi quem criou a maioria das coisas em nosso aniversariante. Aspas para o vocalista:
“Chris [DeGarmo] e eu concordamos desde o início que alternaríamos entre um álbum conceitual e uma coletânea de músicas desconexas. Então, tínhamos feito Operation: Mindcrime, agora era hora de outra coisa. No entanto, eu já estava trabalhando em ideias para o que seria Operation: Mindcrime II [de 2006], a conclusão da história. Então, foi Chris quem criou boa parte de Empire.”
Geoff disse que a música que acabou dando o título ao álbum é de sua autoria, mas que a sugestão do nome “Empire” para batizar o álbum veio de Chris DeGarmo. Os dois eram as grandes mentes pensantes do Queensryche. Os outros três músicos também colaboravam, mas as principais ideias vinham dos dois. E é de Chris DeGarmo a autoria do maior sucesso da banda, “Silent Lucidity“.
Sobre o grande sucesso da banda, o produtor Peter Collins queria deixar de fora do álbum, pois entendia que a música não estava pronta e não combinava com o álbum. A banda não ouviu o conselho e “Silent Lucidity” acabou estourando. Geoff lembrou de como sugeriu que o compositor Michael Kamen colaborasse para que a música ganhasse a proporção que ganhou. Aspas para o vocalista mais uma vez:
“Lembro-me muito bem do dia em que Chris tocou a música para mim pela primeira vez em sua casa, num violão. Quando terminou, ele disse: ‘Acho que devíamos chamar o Michael Kamen’. Nós o conhecemos em Londres quando estávamos trabalhando em The Warning. Nosso produtor, James Guthrie, nos apresentou, e trabalhamos com Michael nos arranjos para The Warning e Operation: Mindcrime. Ele era o homem perfeito para a tarefa aqui. Tínhamos a música na mala, e então a fita do Michael chegou pelo correio, como sempre. Lembro que Peter, Chris e eu estávamos sentados na sala de controle quando a fita começou a rodar, e ficamos simplesmente impressionados com o que o Michael tinha feito. Era lindo – longo demais, como sempre acontecia com ele, mas nos arrepiou a todos.”
Bolacha rolando, o Queensryche nos presenteou com uma aula de Prog Metal, com onze faixas e duração de 63 minutos. Os grandes destaques ficam por conta de canções como “Jet City Woman” (composta por Geoff Tate para sua esposa, que era comissária de bordo), “The Thin Line“, além da já citada “Silent Lucidity“, que entrou no Top 10 dos singles da “Billboard“, ganhou o MTV Music Awards de 1991 e foi indicada ao Grammy Awards de 1992, na categoria “Melhor canção de Rock executada por dupla ou grupo“.
Se “Operation: Mindcrime” é o disco mais importante do Queensryche, “Empire” foi o que deu maior sucesso comercial à banda. Eles produziram videoclipes para seis das canções contidas aqui, que veicularam com frequência na MTV. O álbum é o mais vendido da discografia da banda, sendo certificado com Disco de Prata no Reino Unido, Platina no Canadá e Triplo Platina nos Estados Unidos. Nas paradas de sucesso, o álbum alcançou a 7ª posição na “Billboard 200“, 13° no Reino Unido, 14° na Noruega, 15° na Finlândia, 18° no Canadá e no Japão, 22° na Alemanha e na Suiça, 26° na Suécia, 50° na Nova Zelândia, 56° nos Países Baixos e 127° na Austrália.
Atualmente, da formação que gravou o álbum, só restam o guitarrista Michael Wilton e o baixista Eddie Jackson. Chris DeGarmo saiu em 1997 e Geoff Tate saiu em 2012, depois de ter agredido e cuspido em Michael Wilton e no baterista Scott Rockenfield, quando o Queensryche esteve pelo Brasil naquele ano. Geoff tentou ficar com o nome da banda, mas acabou perdendo na justiça e hoje tem a banda Operation: Mindcrime.
Hoje é dia de celebrar esse álbum, que envelhece bem, obrigado. A banda segue em plena atividade, e ainda que não lance nenhum álbum de inéditas desde 2022, em abril deste ano eles fizeram duas apresentações em São Paulo, uma delas, inclusive foi na edição de 30 anos do Monsters of Rock, onde a faixa que dá título ao nosso aniversariante foi tocada. Desejamos longa vida ao Queensryche.
Empire – Queensryche
Data de lançamento – 04/09/1990
Gravadora – EMI
Faixas:
01 – Best I Can
02 – The Thin Line
03 – Jet City Woman
04 – Della Brown
05 – Another Rainy Night (Without You)
06 – Empire
07 – Resistance
08 – Silent Lucidity
09 – Hand on Heart
10 – One and Only
11 – Anybody Listening?
Formação:
Geoff Tate – vocal/ teclado
Chris DeGarmo – guitarra/ violão/ teclado
Michael Wilton – guitarra
Eddie Jackson – baixo/ backing vocal
Scott Rockenfield – bateria/ percussão
Participações especiais:
Randy Gane – vocal adicional
Michael Kamen – orquestração