Rafael Bittencourt fala sobre como tentou se reconciliar com Andre Matos
Rafael Bittencourt conversou com o site Blabbermouth, onde ele comentou como tentou se reconciliar com o falecido Andre Matos por algumas vezes, mas que a reconexão era difícil. Ele diz:
“Tentamos algumas vezes. Antes de sair da banda, ele parou de falar comigo. Decidiu não ser meu amigo e não ser sócio. Sempre foi muito difícil entender os motivos. Nunca foi lógico. Tanto faz, ocorreu em sua mente, ele parou de falar não só comigo, mas muitas vezes isso aconteceu com outras pessoas. Sempre foi difícil decifrar ou entender sua mente. Mas tentei algumas vezes. Uma vez, escrevi um e-mail quando estávamos comemorando o 20º aniversário de ‘Angel’s Cry’. Eu disse: ‘Vamos comemorar juntos.’ Ele disse: ‘O problema era muito mais profundo do que eu conseguia ver.’ Eu nunca soube qual era o problema. Ele não estava disposto a falar sobre isso. Na verdade, nosso gerente tinha um encontro marcado com Andre na mesma data em que ele morreu. Eles deveriam conversar. Além disso, sua última esposa colocou um pouco de distância entre o mundo exterior e ele. Ele tirou alguma vantagem porque gostava de ser privado. Sim, ele era um gênio. Mas era um pouco difícil de trabalhar, provavelmente como todos os outros gênios.”
Na mesma entrevista, Rafael ainda comentou que Andre não estava muito certo de como os fãs iriam reagir a mistura de música brasileira com o heavy metal que o Angra fez:
“O Andre gostava muito de música brasileira, mas no começo ele desconfiava de como o público do metal iria reagir. Ele tinha uma base de fãs do Viper. Quando comecei o Angra, eu não tinha fãs. Eu queria explorar e experimentar. Ele estava muito desconfiado e preocupado em decepcioná-los. É por isso que em ‘Angels Cry’ você só tinha uma música assim. Então os produtores Charlie Bauerfeind e Sascha Paeth ficaram muito surpresos com essa combinação em ‘Never Understanding’. Todos na banda mudaram de ideia depois disso. É por isso que em ‘Holy Land’ ficamos tão cheios de sons brasileiros.”
Daniel Matos, o irmão de Andre, disse logo após a morte do vocalista, que nunca ele havia falado sobre uma possível reunião com o Angra. Em entrevista ao UOL, ele diz:
“Quando ele ia voltar com o Shaman, ele comentou com a gente, mas nunca disse nada sobre o Angra”
Segundo Paulo Baron, Andre Matos havia concordado em se reunir mais uma vez com o Angra, com a condição de que seria toda a formação original junta, ou seja, contando com além do próprio Andre e Rafael, com Kiko Loureiro, Luis Mariutti e Ricardo Confessori.