Ramones: há 45 anos era lançado “Road to Ruin” e Marky Ramone estreava
Há 45 anos, o Ramones lançava “Road to Ruin“, o quarto álbum da carreira desta querida banda Punk novaiorquina. Marca a estreia de Marky Ramone na bateria, o mesmo Marky que essa semana afirmou que não gostou da última visita dele ao Rio de Janeiro, talvez por não ter sido bajulado pelo público.
O baterista original, Tommy havia saído da banda. As razões foram os stresses causados entre os demais membros durante a turnê anterior e também pela sua frustração com as baixas vendas dos outros três álbuns que o Ramones haviam lançado até então. Entretanto, ele parricipou do aniversariante do dia como co-produtor, ao lado de Ed Stasium. Tommy utilizou se for pseudônimo T. Erdelyi.
Para gravar o play, banda e produtores se reuniram no estúdio Mediasound, em Nova Iorque e por lá ficaram entre os meses de maio e junho de 1978. Aqui, eles resolveram apostar em outras influências, como inclusão de solos de guitarras, que se misturavam ao Punk Rock com o qual eles já eram conhecidos e um toque de melodia em algumas canções. Em pouco mais de três semanas com o novo baterista, a banda entrou no estúdio. Ed Stasium falou como se deu o processo:
“Depois que Tommy deixou a banda, fomos direto trabalhar no álbum Road to Ruin com Marky Ramone. Ensaiamos com Marky, apenas começando. Então fomos entramos em estúdio, gravamos e mixamos o disco na Media Sound. Gastamos muito dinheiro, e o verão inteiro, no Road to Ruin.”
A arte da capa foi ideia de um fã da banda, Gus MacDonald, que desenhou os integrantes da banda tocando, com garras de lagosta saindo do amplificador. Ele enviou esse desenho para a banda que adorou e decidiu que essa seria a capa do vindouro álbum. Como o fã fez o desenho tendo o baterista Tommy Ramone, eles enviaram a imagem para John Holmstrom, que refez a imagem, agora colocando o novo integrante.
Como um bom disco de Punk Rock que se preze, “Road to Ruin” é bem curto: são 12 canções em apenas 31 minutos. Podemos destacar a versão cover para a clássica “Needles and Pins“, do The Searchers, além da clássica “I Wanna be Sedated“, que ganhou uma versão dos brasileiros do Viper, que tocam essa música até hoje. “I Just Want to Have Something to Do“, “I’m Against It” e “Go Mental” também são outros destaques do play.
Tal como os anteriores, o álbum não foi tão bem sucedido comercialmente. Até chegou a figurar em alguns charts, mas na “Billboard 200“, não passou da 103ª posição, cinquenta posições abaixo do álbum anterior. Chegou ao 23° na Finlândia, 25° na Suécia, 32° no Reino Unido e 99° na Austrália. Hoje é considerado um clássico do Punk Rock. À época, a crítica não foi tão favorável ao play, mas os fãs discordam e volta e meia ele é colocado entre o favorito pelos devotos do quarteto.
A banda Bad Brains foi batizada assim por conta da faixa “Bad Brain“, contida aqui no aniversariante do dia. O Supergrass também se inspirou no aniversariante do dia quando lançou seu álbum de 2005, “Road to Rouen“. É um álbum que não pode nem deve passar batido por tudo aquilo que representa ao estilo.
Você pode até não gostar da banda ou do Punk Rock como estilo, pela música meio largada e executada sem muita preocupação com a técnica. Todavia, outros fatores devem ser levados em consideração como por exemplo, o feeling. E isso, os caras tinham de sobra. E mesmo com Johnny e Joey brigados por quase vinte anos, mantiveram a banda como um dos maiores expoentes da vertente dos três acordes e do “do it yourself”. E por isso esse álbum merece nossa reverência.
Road to Ruin – Ramones
Data de lançamento – 21/09/1978
Gravadora – Sire
Faixas:
01 – I Just Want to Have Something to Do
02 – I Wanted Everything
03 – Don’t Come Close
04 – I Don’t Want You
05 – Needles and Pins
06 – I’m Against It
07 – I Wanna be Sedated
08 – Go Mental
09 – Questioningly
10 – She’s the One
11 – Bad Brain
12 – It’s a Long Way Back
Formação:
Joey Ramone – vocal
Johnny Ramone – guitarra
Dee Dee Ramone – baixo
Marky Ramone – bateria