Resenha: As the World Dies – “Nebula” (2025)
As The World Dies retorna com força total em seu segundo álbum de estúdio, “Nebula”, um verdadeiro ataque sônico vindo diretamente da fértil cena do Death Metal britânico. A nova investida do quinteto mostra que, mesmo em um cenário já saturado de extremos, ainda há espaço para inovação dentro da brutalidade – sem perder o vínculo com as raízes do estilo.
Com integrantes experientes, com passagens por bandas como Cerebral Fix, Massacre, Memoriam, Unearthed, Ashen Crown e Hellfire, o grupo entrega um trabalho maduro e tecnicamente afiado, equilibrando complexidade progressiva com a crueza do Death Metal clássico. É nesse ponto que “Nebula” se diferencia: enquanto muitos atos modernos mergulham no excesso técnico ou na produção ultra limpa, o As The World Dies opta por manter os pés firmemente fincados na velha escola, adicionando apenas o tempero certo de modernidade.
A produção sonora é uma pancada bem direcionada. Anthony Wall (conhecido por seu trabalho com o KK’s Priest) assina a mixagem e masterização, enquanto Scott, guitarrista e tecladista da banda, cuida das gravações. O resultado é um som polido, denso e agressivo, sem abrir mão da clareza. A fúria é nítida, mas cada riff e virada de bateria encontra seu espaço na mix.
As faixas “Apophis”, “Consumed”, “Dark Oblivion”, “I Am the One”, “Blind Destiny”, “Playing God”, “Voices of Angels”, “Under a Dying Sky” e “Final Resting Place” formam uma sequência destruidora, cada uma destacando um elemento diferente da proposta do grupo: vocais guturais ferozes, guitarras afiadas em riffs e solos cheios de personalidade, além de uma cozinha rítmica precisa, técnica e brutal.
Há também um uso pontual de teclados, que longe de suavizar o peso, contribuem para o clima sombrio e denso das composições. Em meio à violência sonora, há espaço para momentos de atmosfera, que apenas intensificam o impacto geral.
“Nebula” é um lançamento conjunto entre a Reaper Entertainmeint e a Shinigami Records, o que por si só já demonstra o peso da aposta feita em cima do grupo. Não é exagero dizer que este disco coloca o As The World Dies como uma das novas potências do Death Metal britânico.
Se você é fã da escola clássica do Reino Unido – aquela que revelou nomes como Benediction, Bolt Thrower e Carcass – este disco é praticamente obrigatório. Em tempos de fórmulas repetidas, “Nebula” surge como um lembrete de que o Death Metal ainda pode ser brutal, criativo e relevante.
NOTA: 7