Resenha: Bat – “Under the Crooke Claw” (2024)
O Municipal Waste, indiscutivelmente uma força seminal no thrash crossover há duas décadas, não só conquistou fãs com seu estilo de diversão implacável, mas também incubou uma série de projetos paralelos notáveis entre seus membros. Dentre estes, destaca-se o Iron Reagan, um coletivo mais voltado ao hardcore. No entanto, nenhum outro grupo afiliado ao Waste ressoou tanto comigo quanto o Bat.
Formado em 2013, logo após a dissolução do Volture, Bat encontrou Ryan e Nick juntando forças com o ex-baterista do DRI, Felix Griffin, para criar um metal veloz e visceral. De 2013 a 2016, o trio passou por diversos palcos e estúdios com lançamentos como “Wings of Chain” e “Axestasy”, trazendo riffs contagiantes dignos de headbanging, evocativos de bandas como Midnight.
Após um hiato discreto, Bat ressurgiu em grande estilo cerca de cinco anos depois, agora com um novo baterista e uma nova gravadora. Assinando com a Nuclear Blast, mesma casa do Municipal Waste, e com o baterista do Ultimate Disaster, Chris Marshall, substituindo Felix, o grupo lançou “Under The Crooked Claw“, trazido ao Brasil pela Shinigami Records. Este álbum, embora apresente uma produção mais polida, mantém a essência poderosa de seus predecessores, garantindo aos fãs do metal tradicional uma experiência genuína e satisfatória.
Enquanto nos dois álbuns anteriores Joel Grind do Toxic Holocaust assumiu as rédeas da produção, em “Under The Crooked Claw” a banda optou pelo aclamado Arthur Rizk, conhecido por seu trabalho recente com o Municipal Waste em “Electrified Brain“. Embora alguns possam sentir falta da ousadia característica de Joel, a abordagem de Rizk elevou o som de Bat, proporcionando um brilho adicional sem perder a crueza essencial.
Faixas como “Vampyre Lore” e “Warshock” destacam-se pela intensidade de suas guitarras e baixos, enquanto a bateria adota um ritmo D-beat com um impacto punk. Já canções como “Horror Vision” exploram nuances sutis amplificadas pela produção cuidadosa, criando uma atmosfera de filme de terror que complementa os momentos mais acelerados.
Ryan Waste, conhecido principalmente por seus vocais de apoio no Municipal Waste, assume aqui o papel principal no Bat. Sua entrega enérgica e direta acrescenta uma camada punk à narrativa musical da banda, alinhando-se perfeitamente ao ethos de heavy e speed metal do grupo. As letras, embora algumas vezes beirem a paródia, refletem o espírito descontraído e divertido que permeia todo o trabalho do Bat.
Após mais de uma década desde sua estreia com “Primitive Age”, Bat continua a entregar o que faz de melhor: um metal veloz e impactante. “Under The Crooked Claw” pode dividir opiniões com sua produção mais ampla e menos retro, mas seus riffs poderosos garantem que o álbum não seja esquecido facilmente. Para aqueles que apreciam a simplicidade bem executada e a energia crua do gênero, este lançamento é um prato cheio.
Em resumo, “Under The Crooked Claw” confirma o Bat como uma força constante no panorama do metal contemporâneo. Com uma mistura única de influências que remetem tanto ao Venom quanto ao Motörhead, e um toque de punk reminiscente do Midnight, este álbum é um testemunho do poder duradouro e da paixão da banda pela música que fazem.
NOTA: 7