Resenha: Cactek – “Sunrise In Hell” (2023)

O Cactek é um projeto que vem ganhando notoriedade no cenário metal extremo brasileiro tanto pelo seu som, como pela própria arte gráfica do EP de estreia, “Sunrise In Hell”.

O “homem-cacto”, ilustrado por João Antunes Jr, que está na frente como cartão de visita correu diversos sites especializados, chamando atenção para o que Pedro La Rocque, o homem por trás das ideias e que ficou responsável pelo vocal, guitarra e o baixos, nos entregaria. A bateria a cargo de Wildy Souza é o toque de fusão que o homem precisava para colocar suas fantasias sonoras em prática. E eis que chega o momento de conferirmos.

A abertura fica por conta da cadenciada “Spam With a Plan“. Abertura enérgica, mostrando ótimos riffs e groove poderoso da cozinha. A mudança de andamento é incrível e transforma a música em outra a partir de sua metade. A agilidade e fluidez mostram um música amadurecido e bem certo do que pretende entregar. “Die For Nothing” é mais técnica, sem deixar a agressividade de lado e mostra um som robusto, com ares modernos mas com diversos trechos do death tradicional mesclados em um som potente de candidata a melhor faixa do trabalho. A faixa título vem na sequência e mantém o pique da anterior, com guitarras ágeis e limpas na abertura, se mesclando a agressividade da cozinha, funcionando muito bem, sem perder o andamento. A música é uma das mais dinâmica que o trabalho entrega, recheada de nuances e mudanças de tempo, com passsagens bastante intrincadas e bem compostas. “Malignant Mass” tem um começo brutal, denso e poderoso, deixando a marca da caminhada para o final. A sonoridade me remeteu muito ao o que o HateSphere faz em seu death moderno e pesado! a agilidade com que a música anda é incrível e fazem seus minutos voarem, assim como a força bruta que os instrumental parecendo uma rocha rolando sem controle nos dá, é passagem para o final mais melódico e rico de melodias. “Fish-Eye Child” é um final mais contido, apesar de muito boa, creio que a mudança na ordem das duas últimas faixas soariam melhor, pois o tom épico da anterior, melhor caíria em um encerramento.

Cabe ainda aqui ressaltar a ótima produção e mixagem do EP, que também ficou a cargo de Pedro, que produz um trabalho muito bem pensado e executado na mesma qualidade. Que venha o álbum completo, pois o aperitivo é de alta certamente, o prato principal será ainda maior.

NOTA: 8