Resenha: Cadaver – “The Age of the Offended” (2023)
O novo disco do Cadaver, retrata toda sua fúria do conteúdo em seu título. “The Age of the Offended“, é um retrato do que seu mentor, Anders Odden, enxerga do mundo atual.
As polarizações políticas e religiosas são expressadas no que parece ser uma saudade que o homem sente da década de 90 e do auge do death metal pelo mundo.
Lançado pela Nuclear Blast e distribuído no Brasil pela Shinigami Records, o registro não se prende à rótulo e moldes modernos. A ideia é retratar a visceralidade que o estilo tinha em seus primórdios, sem muito tempo para firulas ou voltas instrumentais.
Assim a paulada de abertura com “Postapocalyptic Grinding” mostra ao que o disco veio e já deixa claro. Se não gostou, “fuck off”. Esse é o recado principal de Anders no registro. A faixa título é outro grande momento do álbum. Trazendo cadências em seu início, a música é densa e tem vocais agonizantes e é um verdadeiro primor do death metal, como já não temos visto muito por aí em dias atuais. “Crawl of the Cadaver” é uma das mais insanas do disco, com suas mudanças de ritmo alucinadas e vertiginosas. Ao mesmo tempo que mostra uma musicalidade bruta, mostra virtuosa em sua caminhada. “The Sick, The Better” é o oposto da anterior! Rasgada e uma punição auditiva com uma força monstruosa, sendo um dos grande momentos que o disco entrega. A gelida “Freezing Isolation” incorpora a neve da Noruega, berço da banda e fecha o trabalho com tom macabro.
Uma aula de death metal percorre as 13 faixas do disco e provam que o gênero ainda tem muito a entregar, ainda que com seus bastiões, e em um mundo mais polido, traz o seu grotesco a tona sem medo de mostrar a sua carranca auditiva.
NOTA: 8