Resenha: Cannibal Corpse – “Chaos Horrific” (2023)
Desta vez até que a espera não foi tão longa. Apenas dois anos após o lançamento do poderoso “Violence Unimagined“, o Cannibal Corpse está de volta com “Chaos Horrific“, o 16° álbum dos reis do Death Metal, fundada em Buffalo, mas radicada na Flórida, grandioso celeiro do Death Metal.
Neste intervalo de tempo entre os dois álbuns, o Cannibal Corpse saiu em turnê, que, inclusive, passou pelo Brasil; o vocalista George “Corpsegrinder” Fischer ainda teve tempo de lançar seu primeiro álbum solo, muito bom, por sinal e como os caras estão em plena forma e com a criatividade em alta. E a formação atual, que está junta desde 2019, partiu para o Mana Recording Studio, onde mais uma vez sob a batuta do agora guitarrista fixo da banda, Erik Rutan, a banda se trancafiou.
A bolacha saiu originalmente pela Metal Blade e no Brasil ganhou a versão que a Xaninho Discos nos contemplou. Vamos destrinchar cada uma das dez faixas presentes neste petardo: a entidade do baixo no Death Metal, mr. Alex Webster anuncia a chegada de “Overlords of Violence” é o típico bate-estaca do Cannibal Corpse e nos remete à sonoridade que a banda fazia em “Evisceration Plague“
“Frenzied Feeding” é raivosa e tem bons riffs e é disparada uma das melhores do play. “Summoned for Sacrifice“, já conhecida do público, pois foi lançada como single e começa arrastada, ganhando velocidade no seu refrão. É dotada de muita complexidade e os solos são muito bons, nada de fritação.
“Blood Blind” é a música que traz o Cannibal Corpse soando como uma banda Djent. É um peso absurdo que os caras conseguiram colocar nesta faixa, que também descamba para o bate-estaca em algum momento. “Vengeful Invasion” traz guitarras com uma que identifica mesmo que de leve, uma influência da NWOBHM, mas logo depois os riffs cavernosos do Death Metal entram em ação.
A faixa título chega com sua épica introdução e riffs infernais, enquanto a música viaja por partes rápidas, intercaladas por outras mais arrastadas e com as guitarras bastante grosseiras, no bom sentido da palavra. “Fracture and Refracture” é rápida e caótica, servindo como uma boa trilha sonora para o final do mundo. “Pitchfork Impalement” tem o mesmo clima da faixa anterior e é muito brutal.
A penúltima faixa, “Pestilential Rictus” tem alguns riffs que não negam a influência do Possessed. Não é uma cópia desta banda, até porque há outras partes da música onde percebemos que é o Cannibal Corpse ali. A faixa derradeira, “Drain You Empty” traz a banda mais uma vez muito pesada, quase soando como uma banda de Djent. Os riffs de guitarra da dupla Rob Barrett e Erik Rutan dão as caras e são eles quem direcionam os rumos por aqui, encerrando de maneira muito boa esse play.
39 minutos e 10 músicas depois, nossa sensação é: o álbum traz as características de sempre do Cannibal Corpse: peso, velocidade, brutalidade, além das letras gore. Eles abriram o leque para outras vertentes, o que ajudou a manter o padrão de qualidade da banda. A produção está impecável. Se não é o melhor disco da carreira deles, também está longe de ser o pior e tem seus bons momentos. Vai certamente figurar na lista dos melhores lançamentos do ano. Porém, fica a sensação de que eles poderiam ter caprichado ainda mais. Nós esperamos mais somente daqueles que tem condições de dar aquele plus. É o caso do Cannibal Corpse.
NOTA: 8.0
Pingback: Porque Rob Barrett não bate mais cabeça nos shows do Cannibal Corpse - Confere Rock