Resenha: Crypta – “Shades of Sorrow” (2023)

Iniciada como uma das grandes promessas do death metal atual, a Crypta nasceu em meio a turbilhões de acontecimentos e mandou o recado em seu primeiro álbum, que foi uma preparação de território para seguimentar seu caminho.

Em 2023, somos apresentados ao segundo capítulo dessa história, “Shades of Sorrow“, lançado pela Napalm Records e trazido ao Brasil pela Shinigami Records, mostrando a banda muito mais consistente e amarrando pontas soltas do primeiro registro.

Após a calma abertura de “The Aftermath“, um toque sutil de piano, Fernanda Lira traz os ecos de sua voz com “Dark Clouds“, exalando brutalidade e mostrando de cara como as coisas mudaram nesse tempo. Um baixo cavalar e riffs ferozes rasgam a música, que ainda tem tempo pra um interlúdio de violão encaixado perfeitamente. “Poisonous Aparthy” é cadenciada e traz o old school em plena forma. A passagem de baixo no começo é a deixa para pensarmos em “Hammer Smashed Faces” do Cannibal. Mas aqui um ponto a ser ressaltado, é como o andamento da banda procura não se prender, mostrando uma melodia diferenciada em seu refrão, dando um tom bastante amadurecido no som delas. Há um solo espetacular por aqui que crava a música como uma das melhores do disco. “The Outsider” é um espancamento sonoro, com quebras sonoras monstruosas em seu andamento. “Stronghold” é um verdadeiro muro de concreto em todos os seus mais de seis minutos e vemos como as meninas não estão poupando sua musicalidade, que é detalhada e milimétrica em cada acorde solto por cada uma delas. “The Other Side of Anger” é mais candeciada e “reta”, dividindo a quase metade do disco. “The Limbo” é outro interlúdio que irá abrir as portas para seguirmos até o final, por um caos sonoro muito bem guiado. “Trial of Traitors” já mostrada ao público sobre o que viria pela frente, é desenfreada e visceral, enquanto “Lullabye for the Forsaken” é puro groove e presença, daqueles “headbang” tradicionais, marcados e batidos. Até o final, temos uma das melhores linhas já registradas por Fernanda nos vocais de “Lift the Blindfold” e a enérgica e cortante “Lord of Ruins” que é aquela pra fechar o disco abrindo os mosh dentro do quarto.

Crypta mostra e carimba sua passagem pelo death metal como um dos grandes prodígios do gênero e aproveitam de suas experiências para criar um disco que certamente marcará a música pesada de 2023, ao criarem um monstro sonoro!

NOTA: 8 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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