Resenha de Livro: Black Sabbath – Born Again

Após dissecar os primórdios e a ascenção do Black Sabbath em “Sabotage” (leia resenha aqui), o autor Martin Popoff. 

Ao final do primeiro livro, vemos que toda aquela estrutura que fez o Sabbath ser a potência atemporal que é, desabou completamente. A partir dos anos 80, as coisas mudaram  e uma verdadeira montanha russa aconteceu no acampamento da Bíblia do heavy metal.

Ronnie James Dio veio para o lugar do chutado Ozzy, e a partir de “Heaven and Hell“, as coisas tomaram rumos totalmente diferentes do que esses quatro cavaleiros haviam pensado na década anterior.

A relação com Dio era completamente diferente do que era com Osbourne, e obviamente, isso influenciou no Sabbath, que mostrava traços diferentes daquilo que havia sido em um passado bem recente.

Dentro do ambiente, as brigas haviam mudado de rumo. Se antes eles tinham problemas com um Ozzy porra loka, Dio era um problema por ser tão aplicado e isso começou a se tornar uma mosca na sopa da banda. É daí que acompanhamos todos os processos seguintes, relatados por Martin de forma minuciosa, com diversos entra e sai de diversas formações que a banda passou no decorrer das décadas de 80 e 90, onde tudo pareceu chegar ao fundo do poço.

Dúvidas que sempre ficaram no ar, como por que o Sabbath saiu de uma instituição do heavy metal, tão bruta e densa, para um formato mais hardrock em “Seventh Stars” ou a experimentação caótica do famigerado “Forbbiden”. E falando nesse último, também é uma parte bastante interessante estarmos por trás do período Tony Martin como vocalista do grupo, e que até hoje divide opiniões.

Martin foi tratado como um substituto, tanto pela banda como pelos fãs, e o detalhamento do jogo em que ele era a bola, e chegamos ao ponto de sentir pena de como o cantor é feito de um simples tapa buraco, sem nenhuma representação fixa ou de importância por ali, visto também, que seus discos ficam na temperatura morna de diversos modos, e acompanhamos todo esse processo.

Entrar nos pormenores de uma banda do tamanho do Black Sabbath, é algo extremamente complexo, principalmente ao se tratar de uma fase tão caótica como as duas décadas do segundo volume. Esse desenho traçado é um pouco do que conseguimos vislumbrar o terreno que aquilo foi, até o reencontro nos finais dos 90.

Entre divisões de opiniões, brigas, idas e voltas, o Black Sabbath resistiu ao teste do tempo e se tornou os padrões fixos da entidade heavy metal, e claro, ler sobre os entraves dessa poderosa força é algo mais do que interessante, é histórico e sempre de bom grado.

Os dois volumes de Black Sabbath, estão disponíveis no Brasil através da editora Estética Torta, e está disponível no site em versões de capa dura e capa comum.