Resenha: Evergrey – “Theories of Emptiness” (2024)
Sempre achei que o Evergrey era uma banda que merecia muito mais reconhecimento do que tem, principalmente dentro do nicho ao qual os colocaram, o metal progressivo.
Fica óbvio a qualquer um que se aproxime de algum trabalho da banda que eles não se limitam a esse rótulo, e buscam diversos elementos, como o gótico, por exemplo, que dá o tom de diversas de suas obras.
Após o ótimo “A Heartless Portrait (The Orphéan Testament)” de 2022, eles retornam com “Theories of Emptiness“, lançado pela Napalm Records e trazido ao Brasil em edição digipack pela Shinigami Records.
A abertura com a enérgica e poderosa “Falling From the Sun” é um arrasa quarteirão. Pesada, agressiva e de ritmo agitado, é um cartão de visitas impecável. Tom S. Englund está melhor do que nunca com seus riffs e vocais, e o baterista Joans Ekdahl é a junção perfeita para amarrar uma música incrível. “Misfortune” é mais cadenciada e traz um peso monstruoso, e um trabalho de guitarra magnífico, com Henrik Danhage executando um belo solo. “To Become Someone Else” traz flertes com o blues e um progressivo raiz em seu início, caindo em um peso descompassado, bruto e impecável. O baixo de Johan Niemann e os teclados de Rikard Zander dão o tom por aqui, mesclado o peso a uma melodia grudenta e hipnótica no refrão. “Say” segue a mesma linha do peso, com mais uma vez Zander dando o clima denso com os teclados, que criam uma atmosfera envolvente na introdução e os versos impecáveis certamente deixará marcas em quem ouvir. “Ghost of my Hero” é simplesmente linda! Uma balada gótica de alto nível e que nos remete a algo do Opeth. Profunda, e dona de um trabalho maravilhoso de voz de Englund. O peso volta com a bruta “We Are the North“, que tem um refrão de arena, feito para que todo o público cante junto, e o mesmo vale para “One Heart“, com linhas de baixo marcantes. “The Night Within” é a mais fraca até o momento, e “Cold Dreams” é destaque com a participação de Jonas Renkse do Katatonia, e da filha de Tom, Salina Englund. A música é “gelada”, melódica, abraçando o tom gótico em suas linhas principais, e com uma guitarra tão espessa como a nuvem mais carregada de chuva em meio a uma tempestade. O contraponto das três vozes é algo que transforma a música em cada etapa, passando por uma montanha russa sonora e certamente um dos grandes destaques do registro. O disco encerra com a dobradinha “Our Way Through Silence“, que consegue soar com ares mais “rádio” e a faixa título que é uma espécie de epílogo.
O Evergrey mostra a potência magnífica que é, uma das bandas com mais musicalidade em atividade e um grande e que entrega trabalhos sempre grandiosos. O que não é diferente em 2024, emplacando o que é sem dúvidas um dos melhores trabalhos do ano.
NOTA: 9