Resenha: Gates to Hell – “Death Comes to All” (2025)
Há álbuns que soam como um aviso brutal, e “Death Comes to All”, estreia do Gates to Hell, é exatamente isso. Em um mundo cada vez mais atolado em estupidez e autodestruição, o disco surge como um grito de revolta, cuspindo deathcore de alto impacto com pitadas precisas de metalcore, sem qualquer pretensão de sutileza. Com lançamento viabilizado pela parceria entre a Nuclear Blast e a Shinigami Records, a banda do Kentucky faz questão de não desperdiçar nem um segundo em seus 22 minutos de duração, divididos em dez faixas de puro impacto.
Logo de cara, “Rise Again” já quebra tudo com agressividade incontrolável, enquanto “A Summoning” assume a linha de frente com velocidade enlouquecedora e riffs que esmagam como marteladas secas. O Gates to Hell domina uma fórmula minimalista, evitando enrolações e mantendo cada faixa em torno de dois ou três minutos, com o impacto necessário para transformar qualquer circle pit em uma zona de guerra.
Entre rajadas de blast beats, grooves massacrantes e breakdowns de partir o crânio, aparecem lampejos de influências que vão do hardcore mais primitivo ao math-rock fragmentado e ao thrash mais sujo, resultando em momentos de caos controlado. É o caso de “Weeping in Pain” e “Next to Bleed”, que misturam violência sonora com texturas angulares surpreendentes. Já pedradas como “Crazed Killer” e “Locked Out” dispensam qualquer floreio e descem como pancadas certeiras, diretas e sem dó.
“Death Comes to All” talvez não traga nada de inovador na essência do deathcore, mas sua fúria é tão autêntica e implacável que dificilmente passa despercebida. O Gates to Hell constrói aqui uma estreia feroz e viciante, perfeita para quem quer uma descarga de raiva pura em doses rápidas — e potencialmente perigosas. Se for encarar esse disco no meio de um moshpit, um capacete não seria má ideia.
NOTA:7