Resenha: Grandiosa Muerte – Egregor (2023)

O Grandiosa Muerte é uma one-man-band originária da simpática Costa Rica, país onde nossas mentes pré-conceituosas jamais imaginariam que existem bandas de Death Metal. E sim, existem e Max Gutiérrez, além de encabeçar este projeto que acaba de lançar seu álbum de estreia, “Egregor“, também toca em outros projetos.

Aqui no Grandiosa Muerte, Max encarna Hermés, o personagem que toca todos os instrumentos e faz os vocais. (Quase) tudo no modo Punk “do It yourself“. O álbum, também produzido por ele, que usa seu real nome nos créditos como produtor, foi lançado em janeiro pelo selo francês Bitume nos formatos físico (CD e cassete) e digital.

Hermés apresenta um Death Metal bastante tosco, relativamente bem tocado, com passagens atmosféricas, e até mesmo flertes com o Techno, como acontece na faixa “Oculto“. A produção é de baixa qualidade, o som está muito abafado e por vezes é complicado identificar os instrumentos. A bateria parece uma montanha desmoronando pedaços rochosos. Talvez seja intencional, para fazer com que a música soe Old-school, mas em boa parte das tentativas, o resultado não é tão satisfatório.

Talvez o grande problema é que algumas bandas abrem mão da tecnologia disponível nos dias atuais que pode deixar o som mais limpo sem perder o punch e a brutalidade que o Death Metal exige. O que encontramos em “Egregor” vai agradar aquele ouvinte que acha que ainda está no ano de 1986, quando tudo ainda era novidade e gravava-se tudo do jeito que dava. Nem tudo está perdido aqui na obra do rapaz, temos músicas que podem ser melhor trabalhadas e mesmo com a produção tosca ao extremo, conseguem salvar o trabalho de um fracasso retumbante. São os casos das músicas “Mercurio“, “Destino” (a única onde o baixo é perceptível), “Arcano“, “Sibila” e “Sincretismo“, ou seja, as duas primeiras e as três últimas de um total de oito faixas e 31 minutos que o álbum nos reserva.

As letras são urradas em um espanhol quase que incompreensíveis. Ok, faz parte do estereótipo, para ser bem true, precisa ter letras que mal conseguimos acompanhar lendo-as. No meu caso, encontrei as letras no site Metal Archives e deu para ter uma breve noção dos temas que Hermès aborda no play.

O maior mérito do Grandiosa Muerte é ter em Max Gutiérrez a sua figura central e fazendo tudo sozinho, pois não é fácil. O álbum passa de ano, mas na prova final. Pode dar uma melhorada na produção nos próximos trabalhos, pois as composições merecem. A cena costarriquenha é capaz e merece ter bons nomes despontando.

NOTA: 5,0

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *