Resenha: Hammerfall – “Infected” (relançamento)
O Hammerfall, uma das maiores bandas de power metal, passava por dificuldades para manter a consistência desde “Legacy of Kings“. O problema é que, com o tempo, parece que o grupo perdeu a direção, não só em termos de inovação, mas também no que diz respeito à qualidade da sua música. Desde o início, a banda tem patinado na busca por novas ideias, com suas composições e vinha “dançando” entre os seus lançamentos. O maior problema, porém, não é nem a falta de novas perspectivas, mas a forma como os álbuns começam promissores e, com o passar das faixas, acabam se desintegrando em algo desinteressante.
Com “Infected”, lançado em 2011 e relançado pela Nuclear Blast e Shinigami Records, o Hammerfall causou uma decepção em seus fãs, mesmo os mais ardorosos, e parece se perder por completo, ao fazer uma mudança radical em sua fórmula, jogando seus característicos hinos de batalha no lixo para dar lugar a algo ainda mais forçado e desconexo: zumbis, algo nada a ver com sua temática, e uma tentativa no mínimo, estranha, de se seguir e almejar “inovação”. A tentativa de alcançar um novo público é evidente, mas parece uma estratégia duvidosa para uma banda que mostrava prematuramente, sinais de desgaste. Em uma época onde a inovação é quase obrigatória para se manter relevante, o Hammerfall apostou em fórmulas ultrapassadas, sem o mínimo de ousadia.
E como não poderia ser diferente, “Infected” não mostra nada de novo ou empolgante. Fora os singles promocionais, o resto do álbum é uma sucessão de faixas insossas e sem qualquer brilho. O single de abertura, Patient Zero, é um reflexo perfeito dessa queda de qualidade. O riff de guitarra é lento e genérico, o vocal de Joacim Cans soa desinteressado e a bateria é, no mínimo, esquecível. A mesma fórmula vazia pode ser observada em outras faixas, como I Refuse, 666 – The Enemy Within e Immortalized, onde a única melhora visível está nas melodias de guitarra. No entanto, isso não é o suficiente para salvar o que parece uma construção musical estagnada.
Porém, ainda há um ponto positivo: o Hammerfall consegue criar uma música que, mesmo diante de tantos problemas, se destaca. Bang Your Head, a faixa mais energética do álbum, acaba sendo o único momento que pode ser considerado marcante. Porém, se olharmos o todo, até mesmo essa faixa parece perdida em meio ao material genérico que compõe o restante do álbum. Além disso, a banda lançou três singles para Infected, sendo que um deles é um cover e o outro soa sem vida, sem nenhum esforço real para se destacar.
A curto prazo, Infected pode até enganar, oferecendo uma falsa sensação de energia. Mas, à medida que o tempo passa, a realidade se impõe: é um álbum sem alma, sem inovação, que parece ter sido feito para agradar apenas aos mais devotos fãs da banda, sem trazer nada de novo para o cenário musical. No fim das contas, Infected é algo que pode ser visto por curiosidade, ou, como um experimento, ou algo parecido com isso, uma experiência sonora que, mesmo com seus momentos isolados de brilho, não vai se tornar algo memorável.
NOTA: 6