Resenha: House of Lords – “Full Tilt Overdrive” (2024)
Desde que ressurgiu em 2003, o House of Lords tem mantido um fluxo constante de álbuns, todos com uma qualidade considerável, liderados pelo carismático cantor James Christian. Com uma carreira sólida, a banda nunca decepcionou seus fãs, sempre entregando algo que respeitava suas raízes, mas sem cair na repetição. Em seu álbum de 2022, “Saints and Sinners“, a adição do tecladista Mark Mangold (Touch, Drive, She Said) trouxe uma nova dinâmica ao grupo, complementando os vocais de Christian e as habilidades impressionantes do guitarrista Jimi Bell. Foi uma injeção de energia para a banda, que parecia revitalizada, fazendo com que “Saints and Sinners” fosse um dos lançamentos mais bem recebidos.
Com “Full Tilt Overdrive“, seu 14º álbum de estúdio, lançado pela Frontiers Records e distribuído pela Shinigami Records, House of Lords levou essa energia a um novo patamar. James Christian, além de seu papel como vocalista, também cuidou do baixo, enquanto Mangold, Bell e o baterista recém-chegado Johan Koleberg formaram uma base sólida que ampliou o som do grupo. O álbum apresenta uma abordagem mais agressiva do que os anteriores, com faixas mais pesadas e um ritmo mais acelerado, sem perder a sofisticação melódica que sempre caracterizou a banda.
A abertura, “Crowded Room“, é um exemplo claro desse novo direcionamento, com Christian entregando uma performance vocal intensa e poderosa, algo que seus fãs provavelmente nunca ouviram antes. Apesar dessa agressividade, ele mantém sua característica melódica, como pode ser ouvido na balada “I Don’t Wanna Say Goodbye”, mas ao longo do álbum, o cantor explora uma gama vocal mais ampla, trazendo mais dinâmica e emoção à sua performance.
O fortalecimento do som fez bem ao grupo, com Bell se destacando ao longo do disco com seus riffs pesados e solos eletrizantes, enquanto Mangold, embora mais discreto, tem seus momentos de brilho, especialmente no final do álbum, em “State of Emergency”, onde ele se exibe com um solo soberbo, seguido por um duelo de guitarras impressionante com Bell. O resultado é uma sonoridade mais densa e direta, com músicas que não só exploram a técnica, mas também transmitem uma energia palpável.
Surpreendentemente, “Full Tilt Overdrive” se mostra um dos álbuns mais ousados e energéticos da banda, e James Christian parece ter encontrado uma nova vitalidade, soando como se tivesse voltado no tempo, trazendo toda a sua garra juvenil de volta. Johan Koleberg, com sua experiência em bandas como Therion, Hammerfall e Wolf, adiciona um peso significativo à música, contribuindo para o empurrão enérgico que caracteriza o álbum. Bell e Mangold, com seus respectivos talentos, complementam essa força, mas o destaque realmente vai para a composição das músicas, com faixas como “Cry of the Wicked“, onde Bell e Mangold travam um épico duelo de guitarras.
“Full Tilt Overdrive” é um álbum que reafirma a grandeza do House of Lords dentro da sua proposta, com uma sonoridade mais crua, enérgica e cheia de vitalidade. A banda não só mantém sua essência, mas também se supera, entregando um trabalho que certamente conquistará tanto os fãs antigos quanto os novos.
NOTA: 7