Resenha: Korpiklaani – “Rankarumpu” (2024)
Os finlandeses do Korpiklaani sempre foram mestres em transformar música folk em uma autêntica celebração, e seu novo álbum, “Rankarumpu”, lançado pela Nuclear Blast e distribuído pela Shinigami Records, não foge à regra. Com doze faixas que sopram como o vento das florestas nórdicas, o grupo retorna ao som que os consolidou, prestando homenagem às suas raízes ancestrais. Neste álbum, o vocalista e líder Jonne Järvelä retoma a caneta e o papel para compor dez das faixas, inspirando-se nas sensações evocadas pelo isolamento na natureza, o que resulta em uma experiência musical que une reflexão e celebração.
A composição das demais músicas conta com a colaboração do baterista Samuli Mikkonen nas letras e do novo membro Olli Vänskä na música. Essa combinação introduz uma reviravolta inesperada na linha musical da banda, resultando em um álbum coeso e fácil de ouvir, graças à inclusão magistral do violino de Vänskä, que traz uma nova profundidade ao som do Korpiklaani.
Cada faixa deste décimo segundo álbum da banda apresenta uma sonoridade única. Um destaque especial é “Viikatelintu”, que começa de forma lenta e emocional, com o violino assumindo o protagonismo. O álbum continua a entregar a festa característica do Korpiklaani, com ritmos dinâmicos e rápidos, mas desta vez com um toque ainda mais forte de folk. As músicas evocam uma sensação de celebração, conectando o ouvinte com a natureza e devolvendo energia à terra.
Um exemplo marcante desse retorno às raízes está em “Saunaan”, composta por Vänskä e escrita por Mikkonen. A faixa é uma explosão de energia do início ao fim, celebrando a experiência de uma sauna acompanhada de boas bebidas. Outra faixa notável é “Kalmisto”, que começa com uma introdução de guitarra no estilo heavy metal antes de mergulhar em um folk suave, onde acordeão e violino dançam em harmonia com a voz de Järvelä.
A música-título “Rankarumpu” é uma homenagem aos integrantes da banda, destacando-se pela bateria potente que impulsiona a faixa em direção a uma explosão energética, refletindo o típico banquete dos nórdicos.
Com uma fusão musical que revisita seus caminhos lendários, o álbum é uma declaração de anos de experiência no subgênero folk metal. A última faixa, “Harhainen höyhen“, é uma escolha intrigante para encerrar o álbum. Com um tom melancólico e relaxado, a música se desvia do clima festivo característico do Korpiklaani, evocando um sentimento de nostalgia. A voz de Järvelä se destaca, elevando a faixa a um clímax emotivo.
No geral, “Rankarumpu” é fiel às raízes dos finlandeses, ao mesmo tempo em que ousa explorar novos matizes sonoros que elevam sua musicalidade a um nível mais técnico. O álbum vai além das festas e bebedeiras, explorando um retorno ao âmago das raízes da banda, conectando-os à terra, aos ancestrais e oferecendo uma homenagem esplêndida em um brinde interminável de boa música e boa bebida.
NOTA: 7