Resenha: Memoriam – “Rise to Power” (2023)

Rise to Power” é o quinto álbum da banda britânica de Death Metal Memoriam. A banda é capitaneada por Karl Willetts, vocalista que ficou conhecido por integrar o Bolt Thrower e o nome da sua atual banda é uma homenagem ao baterista Martin Kearns, morto em 2015 e que pôs fim a uma das maiores bandas de Death Metal da terra dos inventores do futebol.

Para formar seu projeto que homenageia seu parceiro de Bolt Thrower, Karl Willetts se juntou a uma turma de respeito: o baixista Frank Healy (Annihilator, Napalm Death, Benediction e Anaal Nathrakh), o guitarrista Scott Fairfax (Benediction) e desde 2020 com o baterista Spikey T. Smith (English Dogs), que ocupa o lugar que era de Andrew Whale, e também passou pelo Bolt Thrower.

Com esse timaço junto há algum tempo, não dá para esperar outro resultado a não ser um álbum impecável. E é o que percebemos em “Rise to Power“, um álbum que mescla de maneira cirúrgica partes rápidas e arrastadas, ora com clima atmosférico, ora a pancadaria é total. O álbum foi lançado em fevereiro deste ano, via Reaper Entertainment, sem versão nacional. O fã que quiser adquirir, terá de importar ou então se contentar com o que há disponível nas plataformas de streaming. A produção é de Russ Russell (Amorphis, At The Gates, Brujeria, Calligram, Claustrofobia, Dimmu Borgir, entre outros), que gravou, mixou e masterizou a bolacha no Parlour Studios, no Reino Unido.

A experiência do produtor só ajudou no resultado do disco, visto que mesmo pesado e brutal, a sonoridade está bem limpa, o que nos permite escutar todos os instrumentos perfeitamente. Os músicos, claro, ajudam e as composições certamente tiveram um ganho absurdo com a escolha de Ross Russell.

Temos 8 faixas distribuídas em 44 minutos de audição e podemos destacar as músicas “Total War“, que é uma pedrada no ouvido, além de ser desafiador manter o pescoço estático durante a sua extensão, seja na parte rápida, seja na parte mais arrastada. “I am the Enemy” é arrastada e tem riffs de guitarra que nos remetem aos melhores tempos do Bolt Thrower. Em “Annihilation Daens“, o duelo entre as guitarras de Scott Fairfax e o bumbo duplo de Spikey T. Smith, é a cereja do bolo. As letras mantém a temática de guerras, que Karl Willetts utilizava e bem no Bolt Thrower.

Um belo álbum que vai agradar em cheio aos órfãos do Bolt Thrower. E quem não conhece a banda, mas curte um Death Metal mais arrastadão e muito bem trabalhado, vai também se interessar por este trabalho super honesto dos britânicos. Vale a pena conferir.

NOTA: 8.0

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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