Resenha: Meshuggah – “Nothing” (2002)
Em seu quarto disco, “Nothing”, o Meshuggah já caminhava para a artilharia que iria se tornar em um futuro próximo.
Revisitando a obra através do relançamento feito pela Shinigami Records em parceria com a Attomic Fire Records, estamos diante de uma banda mais contida, ainda caminhando nas nuances de compassos descontinuados e que caminham para uma hipnose sonora, que ainda hoje causa arrepios a vários ouvintes, tanto para o bem quanto para o mal.
As duas faixas na abertura, “Stengah” e “Rational Gaze” mostram essa caminhada e o bloco sonoro que a banda estava se transformando. A segunda, um dos singles do álbum se transforma em um groove durante todo o andamento e parece presa num loop que mexe com a nossa cabeça. “Perpetual Black Second” é o ataque definitivo da banda, amarrada pelo baixo e com guitarras em uníssono. E Tomas Haake brilha em compassos que soam como um mutante! “Closed Eye Visuals” continua o andamento da faixa anterior e continua a mostrando a muralha sonora que vai se construindo ao longo das dez músicas. “Glints Collide” é severa e impiedosa, como uma rocha rolando sem freio. “Straws Pulled At Random” tem uma abertura caótica e segue em crescendo até se tornar aqueles ataques certeiros, assim como “Spasm” faz quando chega sem avisar, cadenciada e dominada pelo baixo. Ainda há tempo para o encerramento soturno e atmosférico de “Obsidian”.
Ainda em processo de mutação, o Meshuggah trabalha em “Nothing” sua sonoridade e procura se achar, ainda cometendo alguns erros como a falta de versatilidade de discos futuros entre algumas faixas que acabam por soar um pouco repetetitivas. Ainda assim, eis mais um trabalho dilacerante de uma das maiores bandas.
NOTA: 8