Resenha: Ozzy Osbourne – “Patient Number 9” (2022)
São 74 anos de vida este ano. %0 deles, no mínimo dedicados ao heavy metal. Sendo um verdadeiro ícone do gênero. Claro, estou falando de Ozzy Osbourne, o “madman”, o “príncipe das trevas”. O cara que mesmo com suas mazelas, não deixa de sentir a música pulsar em suas veias e daí ele entrega mais um registro, “Patient Number 9“. Recheado de participações especiais e uma tour pela carreira do homem, incluindo momentos que lembram o Sabbath, nosso “velhinho” cria um disco emocionado e recheado de vida, mais uma vez sendo contra suas condições e limites.
Abrindo com a faixa título, o já conhecido single é uma bela introdução ao trabalho, contando a própria trajetória da saúde de Be que recentemente não anda das melhores, mas ainda assim, ele consegue levar isso para formar uma grande canção, embalada por Jeff Beck nas guitarras e um ótimo refrão. Beck ainda tem tempo para solos espetaculares nos quase oito minutos de música que passam voando. Na sequência, Mike McReady, do Pearl Jam, dá seu tom na ágil “Immortal”, trazendo mais um diário de Ozzy em forma de música. Fechando a trilogia inicial, “Parasite” traz Zakk Wylde nas guitarras, retomando a parceria de anos, na primeira de cinco faixas que o guitarrista toca no álbum. Uma linha de baixo pesadíssima aparece por aqui e amarra uma faixa de refrão ágil e bastante moderno. “No Escape From Now” traz outra parceria de peso e épica, o riffgod, Tony Iommi, no primeiro registro conjunto a Ozzy desde o último Sabbath em estúdio, e o reencontro não decepciona. Cadenciada, groovada, riff marcado e “arrastado”, um dedilhado sombrio, eis aí uma das melhores faixas do álbum. Alguém tinha dúvida que seria? “One of Those Days“, tem tom melancólico e denso, capitaneados por Eric Clapton e dedilhados soturnos e Ozzy dobrando vozes no pré refrão em ótima forma e criando outro grande momento. Jeff Beck volta para a também densa “A Thousand Shades”, que trazem momentos góticos, como uma quase balada, muito bem arranjada e de melodia grudenta e fácil de pegar. Pelas próximas três faixas, Zakk Wylde assume o comando e assim nasce a lenta “Mr. Darkness” que parece sair direto dos anos 90, com bons trabalhos vocais e crescendo no refrão, se tornando um monstro em fúria e ganhando fôlego no segundo verso. “Nothing Feels Right” é uma mistura de calmaria e ventos mais fortes, conhecida também do público, foi uma escolha certeira para single, pois ao mesmo tempo que soa sincera, é de uma pegada mais chiclete muito bem vinda, e Ozzy cria aqui um dos melhores refrãos do disco, que começa mais lento e ganha agilidade na sequência. “Evil Shuffle” é uma das mais profundas do álbum, com grande harmonias e refrão grandioso e Zakk um tanto inspirado, com novamente linhas de baixo pesadas e segurando o arrocho, e mudando completamente antes de caminhar ao final. “Degradation Rules” coloca Iommi mais uma vez na parada, e com uma colaboração que foi do falecido Taylor Hawkins ao dar sugestões no tema tratado na canção. Seguindo como uma espécie de blues, com direito a solo de gaita.
É aí que o álbum poderia encontrar seu final, mas ainda há mais três faixas. As boas “Dead and Gone” e “God Only Knows“, que mesmo sendo um momento bonito e mais brando do que o resto do disco, acabam não acrescentando muito pelo que veio antes, mas ainda assim, a última traz uma mensagem que reflete exatamente o momento atual que Ozzy vive: